terça-feira, 15 de novembro de 2016

O MAPA AUTHAGRAPH DE HAJIME NARUKAWA


Foram anunciados os resultados do Good Design Award 2016, concurso promovido pelo Instituto de Promoção de Design Japonês, com premiação para mais de 1000 inscritos em várias categorias. O seu mais cobiçado e conhecido prêmio, o Grand Award, concedido entretanto a apenas um concorrente, foi aclamado no dia 4 deste mês. O vencedor foi o mapa-múndi do arquiteto e artista japonês Hajime Narukawa. .

Mapas do mundo existem há séculos. Então, o que há de tão especial nesse mapa? Diante do fato de que todas as projeções cartográficas apresentam problemas ao representarem uma esfera em um plano, Narukawa há anos vem trabalhando para resolvê-los. Por exemplo, em 1569, o cartógrafo flamengo Gerardus Mercator confeccionou um mapa do mundo que é muito usado até os dias de hoje. Todavia, apresenta grandes falhas, na medida em que distorce drasticamente o tamanho dos continentes próximos aos polos.

Pensando nisso, o artista japonês desenvolveu um método de projeção de mapas chamado AuthaGraph, que busca representar todas as massas de terra e mares com a maior precisão possível. Mas, Narukawa ressalta que, no passado, seu mapa provavelmente não despertaria tanto interesse. No século XX, por exemplo, os mapas enfatizavam as relações geopolíticas entre Leste e Oeste. Com o fim da Guerra Fria, novas questões se tornaram relevantes, como mudança climática, derretimento de geleiras na Groenlândia e reivindicações territoriais marítimas. Tornava-se então urgente formular uma nova visão do mundo a que melhor se adequasse aos tempos atuais. Uma visão que igualmente compreendesse todos os múltiplos interesses do nosso planeta.



O mapa da AuthaGraph não somente representa com fidelidade a proporção de todos os oceanos e continentes do planeta, como também pode ser um “tessellated”, isto é, técnica de decomposição de polígonos em pedaços menores à maneira dos quadros do artista holandês Maurits Cornelis Escher. Assim como um MC Escher, no mapa AuthaGraph, pode-se atravessar o planeta sem nunca chegar a um fim. A centralidade também pode ser livremente alterada de acordo com a perspectiva do usuário.


A técnica se assemelha a de um origami. Primeiro, o globo terrestre é dividido em 96 triângulos que são transferidos depois para um tetraedro e, por fim, desdobrado em um retângulo para que se adeque a um monitor de computador.



Todavia, o mapa apresenta alguns inconvenientes de localização, pois não está alinhado com os pontos cardeais, o que o torna dispensável para fins de orientação.

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