quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O TRIPLEX DO LULA: A FRAUDE ELEITORAL DO PT



por João Monti

Se o discurso do golpe em relação ao impeachment de Dilma Rousseff foi, por um lado, em grande parte, propalado pelo PT, por outro, a deslegitimação desse mesmo discurso esta sendo articulada pelo próprio PT.

Para aqueles que ainda tinham dúvidas, só pode restar uma desalentadora desilusão. O PT é um partido como os outros e não tem o menor respeito com seu eleitor. Isso ficou claro com a indicação do ex-prefeito de São Paulo Haddad para substituir Lula nas eleições de 2018. Neste jogo espúrio, até Dilma Rousseff está concorrendo ao senado. Sem dúvida, o que importa, de fato, para o PT, não é a denúncia do golpe de 2016, mas cargos políticos e as benesses do poder. O que invalida toda a ladainha – a qual, diga-se passagem, é muito bem fundamentada e verdadeira – da vigência do Estado de exceção, da ditadura do judiciário, da democracia de fachada etc. Acontece, entretanto, que no Brasil nunca houve Estado de direito nem democracia (ainda que burguesa) e o PT não fez nada para mudar este estado de coisas. Muito pelo contrário, o PT preparou o terreno para o golpismo, aprovando leis que dão ampla liberdade para o judiciário julgar e condenar sem amparo legal ou constitucional.

A pequena burguesia progressista, da qual o PT representa, sempre foi imune às mazelas da sociedade brasileira e, por isso, a ruptura com a estrutura de exclusão social nunca esteve realmente na pauta do partido. Assim, a indicação de um quadro político sem qualquer respaldo popular e que significou um retumbante fracasso político, já que a gestão Haddad perdeu no primeiro turno, de forma inédita na cidade de São Paulo, porque se resumia a administrar o bairro nobre de Pinheiros e a fazer ciclovias (uma faixa vermelha pintada no chão), para o deleite de jovens ciclistas de classe média alta, é a prova cabal de que o PT é um partido sem qualquer compromisso com uma transformação radical da sociedade brasileira, apesar da ideologia fomentada por intelectuais muito bem pagos para dizer o inverso.

A verdade é que o PT nunca foi um partido socialista, mas um partido pequeno burguês, como todos os socialistas marxistas, que, assim como as oligarquias nacionais, também visava aparelhar o Estado e parasitar os recursos produzidos pelo trabalho suado do povo. Tanto é verdade que quando da greve dos caminhoneiros em maio deste ano a CUT (este apêndice do PT), covardemente, não convocou greve geral, o que poderia acirrar a crise e deflagrar uma convulsão social transformadora. Vã ilusão, nem sombra disso. O enfrentamento nunca esteve no horizonte do PT. Pois, afinal, quem quer perder seu posto na direção dos sindicatos ou da máquina e deixar de mamar nas tetas do governo? Com certeza, nem sindicalistas nem intelectuais “engajados” nem os políticos profissionais do PT. Socialismo bom, só para inglês ver.


A escolha de Haddad, o burocrata das PPP e concessões, muito bem visto pela banca, o sistema financeiro, é o ápice da capitulação do PT e a sua conciliação com as oligarquias. Se assim não o fosse, por que o “dedaço” de Lula, que, supostamente, elegeria até poste, não indicou um militante popular, do movimento sem-teto ou sem-terra, ou seja, um proletário de verdade, e assim colocar as eleições em cheque? Ocorre que na direção do PT não há proletários nem há espaço para eles. Estes, ao contrário, compõe a massa amorfa da militância, sem qualquer participação ativa e reduzida à simples condição de marionete movida a pão com mortadela e vinte reais. 

Para o PT, cidadania se reduz ao cabresto do voto nas urnas. E só! Por isso não podia levar adiante o questionamento das eleições e, ao mesmo tempo, a denúncia do golpe de Estado. Dúvidas? Senão, como fazer acreditar em golpe se o PT jamais deixou de participar de todas as instâncias políticas e jurídicas? Não seria mais digno e coerente boicotar as eleições ou qualquer manifestação no âmbito das instituições golpistas, como forma de resistência e chegar ao povo? Longe disso, alianças indecentes já começam a ser tramadas com o que há de mais degradante na política brasileira objetivando o êxito eleitoral. Nada de novo, sob a estrela do PT.

Ora, se eleições sem Lula é fraude, então o PT com Haddad legitima a fraude.

Ora, mas se as eleições são legítimas e o golpe é apena retórica partidária, então, por óbvio, Lula é culpado de todas as acusações na justiça que lhe pesam!!!

Não é preciso muito esforço intelectual para descobrir que o PT fazia parte do “acordo nacional”, de Romero Jucá, para “estancar a sangria”, que incluía o “Supremo com tudo”. Pois seria muita condescendência de nossa parte acreditar em uma cretinice parlamentar deste partido. O termo mais correto é má-fé parlamentar e institucional mesmo.

O voto nulo é a único modo do povo se fazer representar e dizer NÃO a farsa das eleições.

Não sustente parasitas, vote nulo!!!

Post relacionado:

Mortadelas, às urnas!

O plano B do PT: Plim! Plim!


Nenhum comentário:

Postar um comentário