McLuhan e a “aldeia internet”
Autor: Jean Pires de Azevedo Gonçalves
Nota1:
Embora Max Sorre tenha reduzido a questão dos “gêneros de vida” à mera técnica,
no nosso ensaio “Atualidade da geografia”, já publicado em nosso blog, tentamos
mostrar que não foi Sorre a maior influência de certa geografia que parte da
técnica para elaborar uma noção de espaço (a cidade) análoga à da máquina, mas
a cibernética de Nobert Wiener (1948), cuja omissão é, no entanto,
estarrecedora. (A cibernética influenciou também autores automatistas, como Henri Lefebvre, que, por sua vez, jamais escondeu
suas fontes). Na linha da cibernética, Marshall McLuhan publicou livros entre
1951 e 1970 e é um desses autores que, feitas algumas reservas, pode ser
considerado como um dos mentores da ideia de globalização, com sua “aldeia
global”. Sobre este pioneiro nos estudos da teoria da mídia, publicaremos um
pequeno texto sobre a linguagem e a mídia e alguns excertos extraídos de seu
livro “Os meios são as massa-gens”:
“O
meio, ou processo, de nosso tempo – de tecnologia elétrica – está remodelando e
reestruturando padrões de interdependência social e todos os aspectos de nossa
vida pessoal. Por ele somos forçados a reconsiderar e reavaliar, praticamente,
todos os pensamentos, todas as ações e todas as instituições anteriormente
aceitos como óbvios. Tudo está mudando – você, sua família, sua vizinha, sua
educação, seu emprego, seu governo, sua relação com os outros. E essa mudança é
dramática. As sociedades sempre foram moldadas, mais pela natureza dos meios
que os homens usam para comunicar-se que pelo conteúdo da comunicação”
(MCLUHAN, M. & FIORE, Q., 1969, p. 36).
Abrimos com essa citação de Marshall
McLuhan porque nos parece condizente com a hipótese da qual gostaríamos de
defender neste pequeno artigo, a saber, a identificação de novos gêneros
textuais condicionados pela evolução do aparato tecnológico das mídias
eletrônicas, nomeadamente a internet. Entretanto, como afirma Marcuschi (2003),
esses novos gêneros reciclam outros já existentes em sua própria esfera. Portanto,
seria interessante tomar como ponto de partida essa citação introdutória e
relembrar algumas concepções de Marshall McLuhan, teórico canadense do século
XX, atualmente um tanto esquecido pelo meio acadêmico, mas cujas teses são, sem
dúvida alguma, precursoras do que hoje se convencionou chamar de revolução técnico-científico-informacional.
Segundo o professor de inglês Marshall
McLuhan, com a invenção do alfabeto fonético (escrita), as civilizações antigas
– notadamente, a helênica – foram capazes de registrar suas ideias em sequência
linear, desenvolvendo o hábito do pensamento formal, contínuo, lógico e
racional. De certo modo, o desenvolvimento da escrita ou da leitura, que é essencialmente
visual e individual, rompe com a antiga tradição oral, de transmissão coletiva
de valores culturais e sociais, centrada na fala e audição e caracterizada pela
maior espontaneidade, envolvimento emocional e dramaticidade (diálogo) dos
elementos comprometidos. Isso ocorre principalmente no século XV, com a
imprensa de Gutenberg, que dissemina e universaliza, através da progressiva
generalização da leitura, uma estrutura cognitiva sequencial e analítica,
forjada pelo alfabeto fonético, por toda a cultura ocidental, instaurando novos
padrões sociais pelos quais se obrigam grande introspecção dos indivíduos
(subjetividade) e desenvolvimento do raciocínio dedutivo. A grande sacada de
McLuhan, porém, foi ter percebido que o meio técnico moldava significativamente
as relações sociais e não o conteúdo nele veiculado (“os meios são mensagens”),
e que, com o avanço tecnológico, principalmente o dos meios de comunicação,
ocorria, em pleno século XX, um retorno ao mundo da oralidade, interligado numa
imensa “aldeia global” tecnológica. “O nosso é o mundo novo do tudoagora. O
‘tempo’ cessou, o ‘espaço’ desapareceu. Vivemos hoje numa aldeia global... num
acontecer simultâneo. Estamos de volta ao espaço acústico. Começamos de novo a
estruturar o sentimento primordial, as emoções tribais de que alguns de que
alguns séculos de literacidade nos divorciaram” (MCLUHAN, M. & FIORE, Q., 1969,
p. 91). O mais surpreendente é que os meios de que tratava McLuhan eram ainda o
rádio e a televisão, pois o teórico canadense não chegou a conhecer os microcomputadores
domésticos, a internet ou a fibra óptica.
Se de fato faz sentido pensar num
retorno da oralidade com o rádio, a televisão e, agora, a internet, pelo seu feedback instantâneo (o uso de abreviações
e letras em nível quase simbólico pressupõe uma oralidade previamente bem
conhecida pelos usuários); por outro, não cabe aqui propriamente o uso literal
do termo “aldeia”, apenas metaforicamente, pois, o distanciamento, a brevidade
e a impessoalidade parecem marcar as relações interpessoais dos interlocutores
envolvidos com esses recursos. No caso dos internautas, na verdade, esses são
transfigurados em personagens fictícios de uma comunidade que só existe ludicamente
no espaço virtual. Do ponto de vista linguístico, ainda é muito cedo para se
compreender a exata dimensão do impacto das tecnologias na estrutura gramatical
das línguas nacionais (falada ou escrita). Contudo, levando-se em consideração
a maior acessibilidade destas tecnologias a segmentos cada vez mais amplos da
sociedade (classes sociais), as transformações linguísticas nas línguas
vernáculas ou na dita norma culta, que são invadidas por hibridismo,
estrangeirismo, gírias e ecletismo, pelos quais caracterizam a fala e a escrita
destas “tribos virtuais”, certamente serão profundas. De sorte que já possível
pensar os emails, os chats, os jogos, emoticons, o “curtir” etc., como
elementos de novos gêneros textuais.
Coincidência,
espírito de época, amnésia, omissão ou plágio?
- Nobert Wiener, “Cibernética e
sociedade: o uso humano de seres humanos”, primeira edição de
1950.
“A tese deste livro é a de que a
sociedade só pode ser compreendida através de um estudo de mensagens e das
facilidades de comunicação de que disponha; e de que, no futuro desenvolvimento
dessas mensagens e facilidades de comunicação, as mensagens entre o homem e as
máquinas, entre as máquinas e o homem, e entre a máquina e a máquina, estão
destinadas a desempenhar papel cada vez mais importante” (WIENER, 1968, p.16).
- Roger Garaudy, “Apelo aos vivos”,
primeira edição de 1979.
“Para isto precisamos redescobrir as
opções feitas em outras civilizações e em outras culturas, em outros
continentes por outros continentes e por outros povos que conceberam e viveram
relações diferentes entre o homem e a natureza, entre o homem e o homem, entre
o homem e o divino” (GARAUDY, 1981, p.72).
Nota2:
Garaudy cita Nobert Wiener; na edição brasileira de 1981, a citação está na
página 46.
- Milton Santos, “O presente como
Espaço”, fevereiro de 1977.
“A técnica, esse intermediário entre a
natureza e o homem desde os tempos mais inocentes da história, converteu-se no
objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou por subverter as
relações do homem com o meio, do homem com homem, do homem com as coisas, bem
como a relações de classes sociais entre si e as relações entre as nações”
(SANTOS, 2009, p. 16).
Nota3:
Milton Santos não cita aqui nem em qualquer outra parte Nobert Wiener.
Bibliografia:
GARAUDY, R., “Apelo
aos vivos”, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
MARCUSCHI, L., A.,
“Gêneros textuais: definição e funcionalidade”, in: “Gêneros textuais &
ensino” (org.: Dionisio, Machado e Bezerra), Rio de Janeiro: Editora Lucerna,
2003.
MCLUHAN, M. &
FIORE, Q., “O meio são massa-gens”, Rio de Janeiro: Record, 1969.
SANTOS, M., “Pensando o espaço homem”,
São Paulo: Edusp, 2009.
WIENER, N., “Cibernética e sociedade: o
uso humano de seres humanos”, São Paulo: Cultrix, 1968.
Excertos de Marshall Mcluhan:
“Understandig Media” (1964) [citações
pré-selecionadas por Ivan Pedro Martins, em prefácio de “O meio são as
massa-gens”].
“Agora, porém, na era eletrônica, os
dados classificados cedem lugar à determinação de tendências globais”.
“A máquina transformou a Natureza numa
obra de arte”.
“Após três mil anos de explosão, por
meio de fragmentação e tecnologias mecânicas, o mundo ocidental implode. (...)
Hoje, após mais de um século de tecnologia elétrica, estendemos o nosso próprio
sistema nervoso central num amplexo global, abolindo o espaço e o tempo, ao
menos no que se refere a nosso planeta”.
“Após três mil anos de explosão
especialista e crescente especialização e alienação nas extensões tecnológicas
de nosso corpo, nosso mundo tornou-se comprimido por uma inversão dramática”.
“A reestruturação do trabalho e da
associação dos homens foi moldada pela técnica da fragmentação que é a essência
da tecnologia da máquina. A essência da tecnologia da automação é o inverso. É
integral e descentralizada em profundidade, exatamente como a máquina foi
fragmentária, centralista e superficial ao modelar as relações humanas”.
“A luz elétrica é informação em estado
puro”.
“Esse fato apenas sublinha o conceito de
que ‘o meio é a mensagem’ porque é o meio que modela e controla a escala e a
forma da ação e associação humanas”.
“A velocidade elétrica mistura as
culturas da pré-história com os detritos dos mercadólogos industriais, o
iletrado com o semiletrado e o pós-letrado”.
“Apalavra impressa criou o
individualismo e o nacionalismo no século XVI”.
“Qualquer meio quente permite
participação inferior ao meio frio, como uma conferência permite participação
menor que o seminário e o livro menor que o diálogo”.
“A forma quente exclui, a fria inclui”.
“A linha de montagem será seguida pela
fita magnética”
(Hoje em dia, cinquenta anos após a
publicação do livro, a fibra óptica!)
“Hoje as estradas, além de seu ponto de
ruptura, transformam as cidades em estradas e essas mesmas tomam um contínuo
aspecto urbano”.
“Psicologicamente, o homem, no uso
normal da tecnologia (ou as várias extensões de seu corpo), é perpetuamente
modificado por ela e, a seu turno, sempre encontra novos meios de modificar a
tecnologia. É como se o homem fosse o órgão sexual do mundo da máquina, como se
a abelha o é no mundo das palavras”.
“Soldada como está à tecnologia
industrial do século XIX como base da libertação de classe, nada pode ser mais
subversiva para a dialética marxista que a ideia de que os meios linguísticos modelam
o desenvolvimento social tanto quanto os meios de produção”.
“Com a alfabetização o ponto de hibridar
as culturas dos chineses, hindus e africanos, estamos perto de experimentar tal
libertação de forças humanas e violência agressiva que a história anterior da
tecnologia do alfabeto fonético vai parecer tímida”.
“A tecnologia eletromagnética requer
total docilidade humana e quietude de meditação, como corresponde a um
organismo que hoje usa seu cérebro fora da cabeça e seus nervos fora da pele”.
“O europeu, desde a Segunda Guerra,
começou a acentuar os valores visuais; sua economia, não por coincidência,
agora se apoia em enormes quantidades de produtos de consumo uniforme. O
americano, por outro lado, começou a se rebelar contra os valores do consumo
uniformes pela primeira vez”.
“Pois o especialista é o que nunca faz
pequenos erros enquanto caminha rumo à grande falácia”.
“A linguagem, como a moeda, atua como um
grande depósito de percepção e transmissor de percepção e experiência de uma
pessoa ou de uma geração para outra. Como transladador e depósito de
experiência, a linguagem é, além disso, um redutor e deformador da
experiência”.
“A moeda, que por muitos séculos foi o
principal transmissor e cambiador de informação, tem, agora, sua funções crescentemente
transferidas para a ciência e a automação”.
“Não foi o relógio, mas a alfabetização
reforçada pelo relógio que criou o tempo abstrato e levou os homens a comerem,
não quando tinham fome, mas na ‘hora’ de comer”.
“À medida que aumenta a velocidade de
informação, a tendência política é afastar-se da delegação e representação dos
constituintes na direção de imediata participação de toda a comunidade nos atos
centrais de decisão”.
“À medida que a automação se impõe,
torna-se óbvio que ‘informação’ é a mercadoria fundamental e que os produtos
sólidos são puros incidentes no movimento da informação”.
O
meio são as massa-gens (1969) [“The Medium is the
Massage: An Inventory of Effects”, 1967].
“O círculo familiar se ampliou. O fundo
mundial de informações gerado pelos meios elétricos – cinema, satélites, voos –
supera de muito qualquer possível influência que mamãe ou papai possam exercer.
O caráter já não é moldado somente por dois enérgicos especialistas tateantes.
Agora todo mundo é um sábio”.
“Os sistemas de circuitos elétricos
derrubaram o regime de ‘tempo’ e ‘espaço’ e despejam sobre todos nós
instantaneamente e continuamente as preocupações de todos os outros seres
humanos”.
“Contar cabeças, estatística, parte
predileta do processo de fragmentação do século dezoito, tornou-se,
rapidamente, uma forma de aferição social incomoda e ineficiente num ambiente
de velocidades elétricas instantâneas”.
“Num meio ambiente de informação
elétrica, as minorias não podem ser contidas – ignoradas”.
“Todos os meios são prolongamentos de
alguma faculdade humana – psíquica ou física”.
“O nosso mundo é o mundo novo do
tudoagora. O ‘tempo’ cessou, o ‘espaço’ desapareceu. Vivemos hoje numa aldeia
global... num acontecer simultâneo”.
“Os meios ambientes não são envolturas
passivas, senão procesos ativos que são invisíveis”.
“A tecnologia da impressa criou o
público. A tecnologia elétrica criou a massa”.
“A cidade do futuro, de circuitos
elétricos, não será esse fenomenal aglomerado de propriedade imobiliária
concentrada criado pela ferrovia. Ela adquirirá um significado inteiramente
novo sob condições de movimentação extremamente rápida. Será uma megalópolis de
informação”.
“A guerra total, verdadeira, tornou-se
guerra de informação”.
“A sala de estar se transformou em
cabine eleitoral”.
“A roda é um prolongamento do pé. O
livro é um prolongamento do olho. A roupa é um prolongamento da pele. Os
circuitos elétricos, um prolongamento do sistema nervoso”.
“Os meios, ao alterar o meio ambiente,
fazem germinar em nós percepções sensoriais de agudeza única. O prolongamento
de qualquer de nossos sentidos altera nossa maneira de pensar e de agir – o
modo de perceber o mundo”.
“Quando essas relações se alteram, os
homens mudam”.
“O órgão dominante de orientação social
e sensorial nas sociedades anteriores ao alfabeto era o ouvido – “ouvir era
crer”. O alfabeto fonético forçou o mundo mágico da audição a ceder lugar ao
mundo neutro da visão. O homem recebeu um olho em troca do ouvido”.
“A história ocidental foi modelada
durante cerca de três mil anos de história pela introdução do alfabeto fonético,
um meio que depende somente dos olhos para levar a compreensão. (...) Seu uso
estimulou e encorajou o hábito de percepção do meio ambiente em termos visuais
e espaciais – particularmente em termos de um espaço e um tempo que são
uniformes, contínuos e interligados”.
“A linha, o continuum, esta frase é um
exemplo de primeira ordem – tornou-se o princípio orgânico da vida. ‘Conforme
começamos, assim prosseguimos’. A ‘racionalidade’ e a lógica passaram a
depender da apresentação de fatos ou conceitos interligados e em sequência”.
“A fragmentação das atividades, nosso
hábito de pensar em pedaços e partes – a ‘especialização’ – refletiram, passo a
passo, processo de departamentalização linear inerente à tecnologia do
alfabeto”.
“A imprensa, um artifício duplicador,
confirmou e prolongou a nova tensão visual. Forneceu a primeira ‘mercadoria’
uniformemente duplicável, a primeira linha de montagem – a produção em massa”.
“A herança da Renascença, o ponto de
fuga = auto-anulação; o observador desinteressado, nenhum comprometimento”.
“O mundo instantâneo dos meios de
informação elétricos envolve-nos a todos, todos de uma só vez. Não é possível
desprender-se da moldura”.
“O sistema de circuitos elétricos
entrelaça os homens uns com os outros. As informações despencam sobre nós,
instantaneamente e continuamente. Tão pronto se adquire um novo conhecimento,
este é rapidamente substituído por uma informação ainda mais recente. Nosso
mundo, eletronicamente configurado, forçou-nos a abandonar o hábito de dados
classificados para usar sistemas de identificação de padrões. Não podemos mais
contruir em série, bloco por bloco, passo a passo, porque a comunicação
instantânea garante que todos os fatores ambientais e de experiência coexistem
num estado de ativa interação”.
“Para muita gente a racionalidade possui
a conotação de uniformidade e interligação”.
“O espaço visual é uniforme, continuo e
interligado”.
“Os meios ambientais são invisíveis.
Suas regras básicas, sua estrutura penetrante e seus padrões gerais são
inacessíveis à percepção fácil”.
“O ouvido não tem preferência particular
por um ‘ponto de vista’. Nós somos envolvidos pelo som. Este forma uma rede sem
costuras em torno de nós. Costumamos dizer: ‘A música encherá o ar’. Nunca
dizemos: ‘A música encherá um segmento particular
de ar’”.
“A Ilíada de Homero era a enciclopédia
cultural da Grécia pré-alfabeto, o veículo didático que oferecia aos homens
orientação para a condução de suas vidas espirituais, éticas e sociais. Toda a
perícia persuasiva do idioma dramático e poético foi mobilizada para assegurar
a transmissão fiel da tradição de geração em geração”.
“Na ‘República’, Platão atacava
vigorosamente a forma oral e poetizada como veículo para comunicação de
conhecimento. Defendia um método mais preciso de comunicação e classificação
(‘As ideias’), que pudesse favorecer a pesquisa de fatos, princípios da
realidade, a natureza humana e a conduta”.
“O ‘cego’ que tudo ouvia, Homero, herdou
esse modo metafórico de falar, uma linguagem que, como o prisma, refrata muitos
significados para um único ponto”.
“O sistema de circuitos elétricos
confere uma dimensão mítica a nossos atos individuais e grupais comuns. Nossa
tecnologia nos força a viver miticamente, mas continuamos a pensar
fragmentariamente, e em planos únicos e separados. O mito significa a
incorporação da audiência, o envolvimento do meio ambiental”.
“Ouvimos as mensagens simultâneas de
Dublin, James Joyce libertou a maior torrente de música linguística oral jamais
manipulada em forma de arte”.
“O ciclo Finn de instituições tribais
pode retornar na idade elétrica, mas se de novo, vamos fazê-lo a esteira ou o
despertar de ambos”.
“‘O direito do autor’ – como o
conhecemos hoje, o esforço intelectual individual ligado ao livro como produto
econômico – eram praticamente desconhecidos antes do advento da tecnologia da
imprensa”.
“A televisão completa o ciclo do
sensorium humano. Com o ouvido onipresente e o olho móvel, abolimos o escrito,
a metáfora especializada acústico-visual que estabeleceu a dinâmica da
civilização ocidental”.
“Os circuitos elétricos são a
Orientalização do Ocidente. O conteúdo, o diferente, o separado – nossa herança
ocidental – está sendo substituída pelo fluir, pelo unificado, pelo fundido”.
Nota4:
Este texto é parte de nossas publicações nos blogs “Geografia – isso não serve
para fazer nada”, “Geografia X Anarquia” e “Atualidade da geografia”.
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