quarta-feira, 28 de outubro de 2015

MCLUHAN E A "ALDEIA INTERNET"

McLuhan e a “aldeia internet”

Autor: Jean Pires de Azevedo Gonçalves

Nota1: Embora Max Sorre tenha reduzido a questão dos “gêneros de vida” à mera técnica, no nosso ensaio “Atualidade da geografia”, já publicado em nosso blog, tentamos mostrar que não foi Sorre a maior influência de certa geografia que parte da técnica para elaborar uma noção de espaço (a cidade) análoga à da máquina, mas a cibernética de Nobert Wiener (1948), cuja omissão é, no entanto, estarrecedora. (A cibernética influenciou também autores automatistas, como Henri Lefebvre, que, por sua vez, jamais escondeu suas fontes). Na linha da cibernética, Marshall McLuhan publicou livros entre 1951 e 1970 e é um desses autores que, feitas algumas reservas, pode ser considerado como um dos mentores da ideia de globalização, com sua “aldeia global”. Sobre este pioneiro nos estudos da teoria da mídia, publicaremos um pequeno texto sobre a linguagem e a mídia e alguns excertos extraídos de seu livro “Os meios são as massa-gens”:

“O meio, ou processo, de nosso tempo – de tecnologia elétrica – está remodelando e reestruturando padrões de interdependência social e todos os aspectos de nossa vida pessoal. Por ele somos forçados a reconsiderar e reavaliar, praticamente, todos os pensamentos, todas as ações e todas as instituições anteriormente aceitos como óbvios. Tudo está mudando – você, sua família, sua vizinha, sua educação, seu emprego, seu governo, sua relação com os outros. E essa mudança é dramática. As sociedades sempre foram moldadas, mais pela natureza dos meios que os homens usam para comunicar-se que pelo conteúdo da comunicação” (MCLUHAN, M. & FIORE, Q., 1969, p. 36).

Abrimos com essa citação de Marshall McLuhan porque nos parece condizente com a hipótese da qual gostaríamos de defender neste pequeno artigo, a saber, a identificação de novos gêneros textuais condicionados pela evolução do aparato tecnológico das mídias eletrônicas, nomeadamente a internet. Entretanto, como afirma Marcuschi (2003), esses novos gêneros reciclam outros já existentes em sua própria esfera. Portanto, seria interessante tomar como ponto de partida essa citação introdutória e relembrar algumas concepções de Marshall McLuhan, teórico canadense do século XX, atualmente um tanto esquecido pelo meio acadêmico, mas cujas teses são, sem dúvida alguma, precursoras do que hoje se convencionou chamar de revolução técnico-científico-informacional.

Segundo o professor de inglês Marshall McLuhan, com a invenção do alfabeto fonético (escrita), as civilizações antigas – notadamente, a helênica – foram capazes de registrar suas ideias em sequência linear, desenvolvendo o hábito do pensamento formal, contínuo, lógico e racional. De certo modo, o desenvolvimento da escrita ou da leitura, que é essencialmente visual e individual, rompe com a antiga tradição oral, de transmissão coletiva de valores culturais e sociais, centrada na fala e audição e caracterizada pela maior espontaneidade, envolvimento emocional e dramaticidade (diálogo) dos elementos comprometidos. Isso ocorre principalmente no século XV, com a imprensa de Gutenberg, que dissemina e universaliza, através da progressiva generalização da leitura, uma estrutura cognitiva sequencial e analítica, forjada pelo alfabeto fonético, por toda a cultura ocidental, instaurando novos padrões sociais pelos quais se obrigam grande introspecção dos indivíduos (subjetividade) e desenvolvimento do raciocínio dedutivo. A grande sacada de McLuhan, porém, foi ter percebido que o meio técnico moldava significativamente as relações sociais e não o conteúdo nele veiculado (“os meios são mensagens”), e que, com o avanço tecnológico, principalmente o dos meios de comunicação, ocorria, em pleno século XX, um retorno ao mundo da oralidade, interligado numa imensa “aldeia global” tecnológica. “O nosso é o mundo novo do tudoagora. O ‘tempo’ cessou, o ‘espaço’ desapareceu. Vivemos hoje numa aldeia global... num acontecer simultâneo. Estamos de volta ao espaço acústico. Começamos de novo a estruturar o sentimento primordial, as emoções tribais de que alguns de que alguns séculos de literacidade nos divorciaram” (MCLUHAN, M. & FIORE, Q., 1969, p. 91). O mais surpreendente é que os meios de que tratava McLuhan eram ainda o rádio e a televisão, pois o teórico canadense não chegou a conhecer os microcomputadores domésticos, a internet ou a fibra óptica.

Se de fato faz sentido pensar num retorno da oralidade com o rádio, a televisão e, agora, a internet, pelo seu feedback instantâneo (o uso de abreviações e letras em nível quase simbólico pressupõe uma oralidade previamente bem conhecida pelos usuários); por outro, não cabe aqui propriamente o uso literal do termo “aldeia”, apenas metaforicamente, pois, o distanciamento, a brevidade e a impessoalidade parecem marcar as relações interpessoais dos interlocutores envolvidos com esses recursos. No caso dos internautas, na verdade, esses são transfigurados em personagens fictícios de uma comunidade que só existe ludicamente no espaço virtual. Do ponto de vista linguístico, ainda é muito cedo para se compreender a exata dimensão do impacto das tecnologias na estrutura gramatical das línguas nacionais (falada ou escrita). Contudo, levando-se em consideração a maior acessibilidade destas tecnologias a segmentos cada vez mais amplos da sociedade (classes sociais), as transformações linguísticas nas línguas vernáculas ou na dita norma culta, que são invadidas por hibridismo, estrangeirismo, gírias e ecletismo, pelos quais caracterizam a fala e a escrita destas “tribos virtuais”, certamente serão profundas. De sorte que já possível pensar os emails, os chats, os jogos, emoticons, o “curtir” etc., como elementos de novos gêneros textuais.

Coincidência, espírito de época, amnésia, omissão ou plágio?

- Nobert Wiener, “Cibernética e sociedade: o uso humano de seres humanos”, primeira edição de 1950.

“A tese deste livro é a de que a sociedade só pode ser compreendida através de um estudo de mensagens e das facilidades de comunicação de que disponha; e de que, no futuro desenvolvimento dessas mensagens e facilidades de comunicação, as mensagens entre o homem e as máquinas, entre as máquinas e o homem, e entre a máquina e a máquina, estão destinadas a desempenhar papel cada vez mais importante” (WIENER, 1968, p.16).

- Roger Garaudy, “Apelo aos vivos”, primeira edição de 1979.

“Para isto precisamos redescobrir as opções feitas em outras civilizações e em outras culturas, em outros continentes por outros continentes e por outros povos que conceberam e viveram relações diferentes entre o homem e a natureza, entre o homem e o homem, entre o homem e o divino” (GARAUDY, 1981, p.72).

Nota2: Garaudy cita Nobert Wiener; na edição brasileira de 1981, a citação está na página 46.

- Milton Santos, “O presente como Espaço”, fevereiro de 1977.

“A técnica, esse intermediário entre a natureza e o homem desde os tempos mais inocentes da história, converteu-se no objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou por subverter as relações do homem com o meio, do homem com homem, do homem com as coisas, bem como a relações de classes sociais entre si e as relações entre as nações” (SANTOS, 2009, p. 16).

Nota3: Milton Santos não cita aqui nem em qualquer outra parte Nobert Wiener.


Bibliografia:

GARAUDY, R., “Apelo aos vivos”, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

MARCUSCHI, L., A., “Gêneros textuais: definição e funcionalidade”, in: “Gêneros textuais & ensino” (org.: Dionisio, Machado e Bezerra), Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2003.

MCLUHAN, M. & FIORE, Q., “O meio são massa-gens”, Rio de Janeiro: Record, 1969.

SANTOS, M., “Pensando o espaço homem”, São Paulo: Edusp, 2009.

WIENER, N., “Cibernética e sociedade: o uso humano de seres humanos”, São Paulo: Cultrix, 1968.


Excertos de Marshall Mcluhan:

“Understandig Media” (1964) [citações pré-selecionadas por Ivan Pedro Martins, em prefácio de “O meio são as massa-gens”].

“Agora, porém, na era eletrônica, os dados classificados cedem lugar à determinação de tendências globais”.

“A máquina transformou a Natureza numa obra de arte”.

“Após três mil anos de explosão, por meio de fragmentação e tecnologias mecânicas, o mundo ocidental implode. (...) Hoje, após mais de um século de tecnologia elétrica, estendemos o nosso próprio sistema nervoso central num amplexo global, abolindo o espaço e o tempo, ao menos no que se refere a nosso planeta”.

“Após três mil anos de explosão especialista e crescente especialização e alienação nas extensões tecnológicas de nosso corpo, nosso mundo tornou-se comprimido por uma inversão dramática”.

“A reestruturação do trabalho e da associação dos homens foi moldada pela técnica da fragmentação que é a essência da tecnologia da máquina. A essência da tecnologia da automação é o inverso. É integral e descentralizada em profundidade, exatamente como a máquina foi fragmentária, centralista e superficial ao modelar as relações humanas”.

“A luz elétrica é informação em estado puro”.

“Esse fato apenas sublinha o conceito de que ‘o meio é a mensagem’ porque é o meio que modela e controla a escala e a forma da ação e associação humanas”.

“A velocidade elétrica mistura as culturas da pré-história com os detritos dos mercadólogos industriais, o iletrado com o semiletrado e o pós-letrado”.

“Apalavra impressa criou o individualismo e o nacionalismo no século XVI”.

“Qualquer meio quente permite participação inferior ao meio frio, como uma conferência permite participação menor que o seminário e o livro menor que o diálogo”.

“A forma quente exclui, a fria inclui”.

“A linha de montagem será seguida pela fita magnética”

(Hoje em dia, cinquenta anos após a publicação do livro, a fibra óptica!)

“Hoje as estradas, além de seu ponto de ruptura, transformam as cidades em estradas e essas mesmas tomam um contínuo aspecto urbano”.

“Psicologicamente, o homem, no uso normal da tecnologia (ou as várias extensões de seu corpo), é perpetuamente modificado por ela e, a seu turno, sempre encontra novos meios de modificar a tecnologia. É como se o homem fosse o órgão sexual do mundo da máquina, como se a abelha o é no mundo das palavras”.

“Soldada como está à tecnologia industrial do século XIX como base da libertação de classe, nada pode ser mais subversiva para a dialética marxista que a ideia de que os meios linguísticos modelam o desenvolvimento social tanto quanto os meios de produção”.

“Com a alfabetização o ponto de hibridar as culturas dos chineses, hindus e africanos, estamos perto de experimentar tal libertação de forças humanas e violência agressiva que a história anterior da tecnologia do alfabeto fonético vai parecer tímida”.

“A tecnologia eletromagnética requer total docilidade humana e quietude de meditação, como corresponde a um organismo que hoje usa seu cérebro fora da cabeça e seus nervos fora da pele”.

“O europeu, desde a Segunda Guerra, começou a acentuar os valores visuais; sua economia, não por coincidência, agora se apoia em enormes quantidades de produtos de consumo uniforme. O americano, por outro lado, começou a se rebelar contra os valores do consumo uniformes pela primeira vez”.

“Pois o especialista é o que nunca faz pequenos erros enquanto caminha rumo à grande falácia”.

“A linguagem, como a moeda, atua como um grande depósito de percepção e transmissor de percepção e experiência de uma pessoa ou de uma geração para outra. Como transladador e depósito de experiência, a linguagem é, além disso, um redutor e deformador da experiência”.

“A moeda, que por muitos séculos foi o principal transmissor e cambiador de informação, tem, agora, sua funções crescentemente transferidas para a ciência e a automação”.

“Não foi o relógio, mas a alfabetização reforçada pelo relógio que criou o tempo abstrato e levou os homens a comerem, não quando tinham fome, mas na ‘hora’ de comer”.

“À medida que aumenta a velocidade de informação, a tendência política é afastar-se da delegação e representação dos constituintes na direção de imediata participação de toda a comunidade nos atos centrais de decisão”.

“À medida que a automação se impõe, torna-se óbvio que ‘informação’ é a mercadoria fundamental e que os produtos sólidos são puros incidentes no movimento da informação”.


O meio são as massa-gens (1969) [“The Medium is the Massage: An Inventory of Effects”, 1967].

“O círculo familiar se ampliou. O fundo mundial de informações gerado pelos meios elétricos – cinema, satélites, voos – supera de muito qualquer possível influência que mamãe ou papai possam exercer. O caráter já não é moldado somente por dois enérgicos especialistas tateantes. Agora todo mundo é um sábio”.

“Os sistemas de circuitos elétricos derrubaram o regime de ‘tempo’ e ‘espaço’ e despejam sobre todos nós instantaneamente e continuamente as preocupações de todos os outros seres humanos”.

“Contar cabeças, estatística, parte predileta do processo de fragmentação do século dezoito, tornou-se, rapidamente, uma forma de aferição social incomoda e ineficiente num ambiente de velocidades elétricas instantâneas”.

“Num meio ambiente de informação elétrica, as minorias não podem ser contidas – ignoradas”.

“Todos os meios são prolongamentos de alguma faculdade humana – psíquica ou física”.

“O nosso mundo é o mundo novo do tudoagora. O ‘tempo’ cessou, o ‘espaço’ desapareceu. Vivemos hoje numa aldeia global... num acontecer simultâneo”.

“Os meios ambientes não são envolturas passivas, senão procesos ativos que são invisíveis”.

“A tecnologia da impressa criou o público. A tecnologia elétrica criou a massa”.

“A cidade do futuro, de circuitos elétricos, não será esse fenomenal aglomerado de propriedade imobiliária concentrada criado pela ferrovia. Ela adquirirá um significado inteiramente novo sob condições de movimentação extremamente rápida. Será uma megalópolis de informação”.

“A guerra total, verdadeira, tornou-se guerra de informação”.

“A sala de estar se transformou em cabine eleitoral”.

“A roda é um prolongamento do pé. O livro é um prolongamento do olho. A roupa é um prolongamento da pele. Os circuitos elétricos, um prolongamento do sistema nervoso”.

“Os meios, ao alterar o meio ambiente, fazem germinar em nós percepções sensoriais de agudeza única. O prolongamento de qualquer de nossos sentidos altera nossa maneira de pensar e de agir – o modo de perceber o mundo”.

“Quando essas relações se alteram, os homens mudam”.

“O órgão dominante de orientação social e sensorial nas sociedades anteriores ao alfabeto era o ouvido – “ouvir era crer”. O alfabeto fonético forçou o mundo mágico da audição a ceder lugar ao mundo neutro da visão. O homem recebeu um olho em troca do ouvido”.

“A história ocidental foi modelada durante cerca de três mil anos de história pela introdução do alfabeto fonético, um meio que depende somente dos olhos para levar a compreensão. (...) Seu uso estimulou e encorajou o hábito de percepção do meio ambiente em termos visuais e espaciais – particularmente em termos de um espaço e um tempo que são uniformes, contínuos e interligados”.

“A linha, o continuum, esta frase é um exemplo de primeira ordem – tornou-se o princípio orgânico da vida. ‘Conforme começamos, assim prosseguimos’. A ‘racionalidade’ e a lógica passaram a depender da apresentação de fatos ou conceitos interligados e em sequência”.

“A fragmentação das atividades, nosso hábito de pensar em pedaços e partes – a ‘especialização’ – refletiram, passo a passo, processo de departamentalização linear inerente à tecnologia do alfabeto”.

“A imprensa, um artifício duplicador, confirmou e prolongou a nova tensão visual. Forneceu a primeira ‘mercadoria’ uniformemente duplicável, a primeira linha de montagem – a produção em massa”.

“A herança da Renascença, o ponto de fuga = auto-anulação; o observador desinteressado, nenhum comprometimento”.

“O mundo instantâneo dos meios de informação elétricos envolve-nos a todos, todos de uma só vez. Não é possível desprender-se da moldura”.

“O sistema de circuitos elétricos entrelaça os homens uns com os outros. As informações despencam sobre nós, instantaneamente e continuamente. Tão pronto se adquire um novo conhecimento, este é rapidamente substituído por uma informação ainda mais recente. Nosso mundo, eletronicamente configurado, forçou-nos a abandonar o hábito de dados classificados para usar sistemas de identificação de padrões. Não podemos mais contruir em série, bloco por bloco, passo a passo, porque a comunicação instantânea garante que todos os fatores ambientais e de experiência coexistem num estado de ativa interação”.  

“Para muita gente a racionalidade possui a conotação de uniformidade e interligação”.

“O espaço visual é uniforme, continuo e interligado”.

“Os meios ambientais são invisíveis. Suas regras básicas, sua estrutura penetrante e seus padrões gerais são inacessíveis à percepção fácil”.

“O ouvido não tem preferência particular por um ‘ponto de vista’. Nós somos envolvidos pelo som. Este forma uma rede sem costuras em torno de nós. Costumamos dizer: ‘A música encherá o ar’. Nunca dizemos: ‘A música encherá um segmento particular de ar’”.

“A Ilíada de Homero era a enciclopédia cultural da Grécia pré-alfabeto, o veículo didático que oferecia aos homens orientação para a condução de suas vidas espirituais, éticas e sociais. Toda a perícia persuasiva do idioma dramático e poético foi mobilizada para assegurar a transmissão fiel da tradição de geração em geração”.

“Na ‘República’, Platão atacava vigorosamente a forma oral e poetizada como veículo para comunicação de conhecimento. Defendia um método mais preciso de comunicação e classificação (‘As ideias’), que pudesse favorecer a pesquisa de fatos, princípios da realidade, a natureza humana e a conduta”.

“O ‘cego’ que tudo ouvia, Homero, herdou esse modo metafórico de falar, uma linguagem que, como o prisma, refrata muitos significados para um único ponto”.

“O sistema de circuitos elétricos confere uma dimensão mítica a nossos atos individuais e grupais comuns. Nossa tecnologia nos força a viver miticamente, mas continuamos a pensar fragmentariamente, e em planos únicos e separados. O mito significa a incorporação da audiência, o envolvimento do meio ambiental”.

“Ouvimos as mensagens simultâneas de Dublin, James Joyce libertou a maior torrente de música linguística oral jamais manipulada em forma de arte”.

“O ciclo Finn de instituições tribais pode retornar na idade elétrica, mas se de novo, vamos fazê-lo a esteira ou o despertar de ambos”.

“‘O direito do autor’ – como o conhecemos hoje, o esforço intelectual individual ligado ao livro como produto econômico – eram praticamente desconhecidos antes do advento da tecnologia da imprensa”.

“A televisão completa o ciclo do sensorium humano. Com o ouvido onipresente e o olho móvel, abolimos o escrito, a metáfora especializada acústico-visual que estabeleceu a dinâmica da civilização ocidental”.

“Os circuitos elétricos são a Orientalização do Ocidente. O conteúdo, o diferente, o separado – nossa herança ocidental – está sendo substituída pelo fluir, pelo unificado, pelo fundido”. 

Nota4: Este texto é parte de nossas publicações nos blogs “Geografia – isso não serve para fazer nada”, “Geografia X Anarquia” e “Atualidade da geografia”.

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