sábado, 15 de dezembro de 2018

IBGE: POBREZA CRESCE NO BRASIL


Pobreza aumenta e atinge 54,8 milhões de pessoas em 2017

O país tinha 54,8 milhões de pessoas que viviam com menos de R$ 406 por mês em 2017, dois milhões a mais que em 2016. Isso significa que a proporção da população em situação de pobreza subiu de 25,7% para 26,5%, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje pelo IBGE. O estudo utilizou critérios do Banco Mundial, que considera pobres aqueles com rendimentos diários abaixo de US$ 5,5 ou R$ 406 mensais pela paridade de poder de compra.

O Nordeste concentrou o maior percentual daqueles em situação de pobreza, 44,8%, o equivalente a 25,5 milhões de pessoas. Entre as unidades da federação, a maior proporção de pobres estava no Maranhão, com mais da metade da população, 54,1%, e em Alagoas, 48,9%. Já Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) foram as duas únicas capitais onde o contingente de pessoas que ganham menos de R$ 406 por mês superava a dos respectivos estados: em Porto Velho era 27%, contra 26,1% em Rondônia; em Cuiabá, 19,2%, contra 17,1% em Mato Grosso.


Mulheres pretas ou pardas são grupo mais vulnerável

A situação é mais grave entre os 7,6 milhões de moradores de domicílios onde vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos. Desses, 64,4% estavam abaixo dessa faixa de renda de até R$ 406 mensais.

Para erradicar a pobreza, o estudo apontou que seria necessário investir R$ 10,2 bilhões por mês na economia, ou garantir R$ 187 por mês a mais, em média, na renda de cada pessoa nessa situação. A análise demonstra que não só a incidência da pobreza aumentou, mas também a intensidade, já que em 2016 esse valor era de R$ 183 a mais.


O analista da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, Leonardo Athias, indica que, além de políticas públicas do governo, a melhora nas condições do mercado de trabalho é um dos caminhos que podem contribuir para a redução da pobreza: “ter oportunidades, reduzir a desocupação e aumentar a formalização têm obviamente uma série de efeitos que permitem as pessoas saírem dessa situação”.

Repórter: Pedro Renaux

Imagem: Helena Tallmann/Agência IBGE Notícias

Arte: Marcelo Barroso

FONTE: IBGE

sábado, 1 de dezembro de 2018

AQUECIMENTO GLOBAL E A AÇÃO ANTRÓPICA



O aquecimento global é o fenômeno relativo ao aumento da temperatura média da atmosfera do planeta Terra nos últimos dois séculos.

Desde a metade do século XX, cientistas veem reunindo observações e dados detalhados sobre fenômenos climáticos (como temperatura, precipitação e tempestade) e fenômenos diversos influenciados pelo clima (como correntes oceânicas e composição química da atmosfera). Esses dados indicam alterações climáticas ao longo de quase todas as eras do tempo geológico. Não obstante, a influência da ação humana, desde pelo menos o início da Revolução Industrial, está profundamente relacionada com as mudanças climáticas recentes.

Em sintonia com a maior parte dos pesquisadores sérios da comunidade científica, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), tem divulgado dados sobre os efeitos provocados pela ação antrópica no clima da Terra. Em 2013, o IPCC divulgou um relatório sobre o aumento na temperatura média da superfície global em aproximadamente 0,9° C (1,5° F), no interregno de 1880 e 2012. Nesse período, a temperatura aumentou em torno de 1,1° C (2,0 ° F) quando comparada à temperatura média da era pré-industrial. O IPCC observa ainda o fato de que a maior parte do aquecimento global na segunda metade do século XX está relacionada às atividades humanas e lança um prognóstico pessimista para o final do século XXI, quando um aumento da temperatura média global será de 0,3 a 5,4 ° C (0,5 a 9,7 ° F) em relação à média de 1986–2005. Essa previsão se baseia em uma série de projeções e modelos estatísticos, considerando-se possíveis cenários de emissão de gases do efeito estufa e do êxito ou fracasso de políticas públicas para a redução de poluentes no meio ambiente.

Muitos cientistas do clima concordam que, se a temperatura média global aumentar mais 2° C (3,6° F), em tão pouco tempo, isso acarretará em significativos danos sociais, econômicos e ecológicos. Esses danos incluiriam, entre outros, extinção de muitas espécies de plantas e animais, mudanças nos padrões da agricultura e aumento do nível do mar, como consequência do degelo, que também repercutirá em menos água potável.

Estes cenários dependem principalmente de como será a concentração de gases de efeito na troposfera (camada atmosférica mais próxima da crosta terrestre), tendo em vista a quantidades cada vez mais crescentes de poluentes, através da queima de combustíveis fósseis na indústria, transporte e mesmo consumo residencial.

Particularmente em relação aos oceanos e as áreas costeiras, que serão afetadas, o relatório apontou o aumento da média global do nível do mar em cerca de 19 a 21 cm, entre os anos de 1901 e 2010, tendo-se intensificado na segunda metade do século XX. Dependendo da perspectiva de uma ampla gama de cenários hipotéticos plausíveis, até o final do século 21, a média global do nível do mar poderá aumentar em 29-95 cm (11.4-37.4 polegadas), em relação à média de 1986–2005. Mas o relatório não descarta um aumento de mais de 1 metro (3 pés) do nível do mar.

Estas previsões são compartilhadas pelo glaciologista e climatologista canadense Shawn Marshall. Em entrevista concedida à RCN Radio, no dia 20/11/18, Marshall afirmou que pelo menos 100 grandes cidades irão desaparecer gradualmente no próximo século devido ao aumento do nível do mar, dentre elas, Rio de Janeiro (Brasil), Nova York e Miami (EUA, Londres (Reino Unido), Pequim e Xangai (China), causando uma migração em massa de 1,6 bilhão de pessoas. As localidades longe do litoral, segundo Marshall, "deverão acolher ao menos 100 milhões de refugiados". Na lista dos principais causadores da mudança climática estão a China, Estados Unidos, Índia e Rússia. Por sua vez, as áreas mais problemáticas do mundo são o Ártico, Groenlândia, Rússia, Canadá, Noruega e Peru.

O aquecimento global atual é resultado de um aumento na magnitude do chamado efeito estufa, um aquecimento da superfície da Terra e da troposfera, causado pela presença de vapor d'água, dióxido de carbono, metano, óxidos nitrosos e outros gases do efeito estufa. Em 2014, o IPCC informou que as concentrações de dióxido de carbono, metano e óxidos nitrosos na atmosfera superavam as encontradas em núcleos de gelo de mais de 800 mil anos. De todos esses gases, o dióxido de carbono é o mais nefasto, tanto por seu papel no efeito estufa quanto por seu uso na economia. Estima-se que, no início da era industrial, em meados do século XVIII, as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera eram de aproximadamente 280 partes por milhão (ppm). Em meados de 2014, as concentrações de dióxido de carbono haviam atingido 400 ppm e, se os combustíveis fósseis continuarem a ser queimados nas taxas atuais, devem atingir 560 ppm em meados do século XXI. Ou seja, o dobro das concentrações de dióxido de carbono em 300 anos.

No mês passado (22/11/18), a OMM, em seu Boletim Anual de Gases de Efeito Estufa, alertou para que, em 2017, a quantidade de dióxido de carbono bateu novo recorde, de 405,5 partes por milhão, acima dos 403,3 ppm de 2016, sem sinais de reversão na tendência.

Segundo o secretário-geral da OMM Petteri Taalas, “A ciência é clara. Sem cortes rápidos no CO2 e outros gases do efeito estufa, as mudanças climáticas terão impactos cada vez mais destrutivos e irreversíveis sobre a vida na Terra. A janela de oportunidade de ação está quase fechada”.

Seja como for, o cenário atual não é muito otimista. Nesta terça-feira (27), uma semana antes da nova Conferência do Clima, a ONU anunciou que os países do G20 não estão cumprindo suas metas de redução de gazes do efeito estufa estipuladas pelo Acordo de Paris até 2030, e cerca de metade dos membros não alcançaram suas metas incondicionais, como Argentina, Austrália, Canadá, União Europeia, República da Coréia, Arábia Saudita, África do Sul e Estados Unidos.

Já no Brasil, o desmatamento na Amazônia cresceu 13,72%, entre agosto de 2017 e julho de 2018: uma área equivalente a um milhão de campos de futebol. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a área total desmatada é de 7.900 km2, equivalente a 5,2 vezes a cidade de São Paulo. A destruição representa a derrubada ou queimada de 1,1 bilhão de árvores. Os dados constam de um relatório divulgado pelo Greenpeace e, por óbvio, indicam um agravamento do efeito estufa se nada for feito para deter o desmatamento.

Para piorar, o novo governo nega a existência do aquecimento global e, nesta quarta (28), comunicou oficialmente que vai retirar a candidatura do Brasil para sediar a COP-25 (Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), entre 11 a 22 de novembro de 2019. Fato que gera preocupação na comunidade internacional diante da perspectiva de ausência de compromisso com a preservação do meio ambiente por parte do governo brasileiro.

Diante dos avanços e retrocessos, há um acalorado debate sobre a extensão do aumento da temperatura, dos efeitos do aquecimento no passado e no futuro e, evidentemente, a necessidade de medidas urgentes para reduzir o impacto do aquecimento global.

O futuro da Terra está nas mãos da humanidade.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

CINCO SÉCULOS DE USURA



Por Nílson Lage

No finzinho da Idade Média, quando os turcos cortaram a linha de comércio que abastecia a Europa dos melhores tecidos, artefatos e temperos.

Espanha e Portugal, reinos católicos, partiram em busca de novas rotas no grande Oceano. Tinham como capital inicial os bens confiscados de árabes e judeus, que haviam expulsado por hereges.

Com os custos da aventura, o dinheiro logo acabou. Os reis passaram, então, a recorrer aos agiotas – inicialmente holandeses (os Países Baixos eram província de Espanha) e, logo, ingleses – que não se fizeram de rogados, mas cobrariam caro.

A primeira grande fatura extrafinanceira veio quando a Invencível Armada hispano-lusitana foi desbaratada no Mar do Norte pelo pirata Francis Drake, em 1588. A Holanda ganhou independência 60 anos depois, pelo Tratado de Westfalia, não sem antes promover a bolha especulativa inaugural das bolsas de valores: na paixão dos lances, vendiam-se casas para comprar tulipas.

Quando Portugal se separou da Espanha, em 1640, os banqueiros ingleses vieram de novo socorrer. Em 1703, mandaram a conta: o Tratado de Methuen obrigou os portugueses a comprar panos na Inglaterra e não se industrializar. A gastança lisboeta duraria até que todo o ouro das Minas Gerais estivesse nos cofres da City londrina – e o Brasil gritasse sua independência. em 1822,já encalacrado.

Em troca, os ingleses beberam com exclusividade vinho português.

Depois de se livrar de Napoleão, imperador francês, derrotando-o em Waterloo, em 1815, a Inglaterra submeteu, na década de 1850, seu único credor: nas duas guerras mais imorais da História, impôs à China o tráfico de ópio.

A essa altura, tudo mudara na Europa: os produtos das colônias, baratos e de novas espécies (café, açúcar, milho, algodão etc,) haviam destruído em dois séculos a economia feudal. Multidões acorreram às cidades. Mercado amplo, dinheiro farto, mão de obra disponível, conhecimentos recuperados da antiguidade e ampliados após o Renascimento permitiram a Revolução Industrial.

Com ela, o proletariado. A luta de classes, antes escondida nos feudos, apareceria com escândalo. Surtos de agitação social sucederam-se até 1871, quando a França foi derrotada em guerra pela Prússia e se desfez a comuna de Paris, que governava a cidade havia quase dois meses.

Os banqueiros já tinham então a fórmula mágica para acalmar as massas: a recessão. Sujeitas a asfixia econômica, as pessoas não se rebelam, deprimem-se: mastigam o medo e o ódio, que explodiria, afinal, nas guerras mundiais. Fugindo da desgraça, milhões de europeus emigraram; para convencer o mundo a aceitá-los de bom grado, investiu-se no mito da superioridade biológica e mental dos brancos.

O dinheiro extra acumulado na Era Vitoriana foi aplicado em excentricidades e luxo, mas também em ciência: firmaram-se então as bases da revolução tecnológica e cultural do Século XX. Após a sangreira da Primeira Guerr , os bancos mudaram da City, que perdera o charme, para Wall Street, que esnobava o seu: quebraram a cara em 1929, mas se recompuseram com a ajuda de nova guerra quente, que antecedeu a guerra fria. Nesta, aprimoraram-se as técnicas de controle da opinião pública e concederam-se por meio século conquistas sociais sem precedentes, até que a contestação foi contida e se pode retomar a exitosa fórmula imperial.

Agora, a recessão é imposta a ferro, fogo e propaganda à gente do Sul, aos periféricos. Cabe a nós inflar a riqueza dos agiotas que nos exploram, pelo menos, desde a época do descobrimento.

O Primeiro Mundo que se vire, pois, com os imigrantes.

(Fonte: Tijolaço)

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A ILUSÃO DO SUFRÁGIO UNIVERSAL



por Mikhail Bakunin

Os homens acreditavam que o estabelecimento do sufrágio universal garantia a liberdade dos povos. Mas infelizmente esta era uma grande ilusão e a compreensão da ilusão, em muitos lugares, levou à queda e à desmoralização do partido radical. Os radicais não queriam enganar o povo, pelo menos assim asseguram as obras liberais, mas neste caso eles próprios foram enganados. Eles estavam firmemente convencidos quando prometeram ao povo a liberdade através do sufrágio universal. Inspirados por essa convicção, eles puderam sublevar as massas e derrubar os governos aristocráticos estabelecidos. Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do poder, os radicais perderam a fé em si mesmos e em seus princípios derrotados e corruptos. Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não produziriam a liberdade e o bem estar entre a população?

Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo e uma legislação surgidos de uma eleição popular deve e pode representar a verdadeira vontade do povo. Instintiva e inevitavelmente, o povo espera duas coisas: a maior prosperidade possível combinada com a maior liberdade de movimento e de ação. Isto significa a melhor organização dos interesses econômicos populares, e a completa ausência de qualquer organização política ou de poder, já que toda organização política se destina à negação da liberdade. Estes são os desejos básicos do povo. Os instintos dos governantes, sejam legisladores ou executores das leis, são diametricamente opostos por estarem numa posição excepcional.

Por mais democráticos que sejam seus sentimentos e suas intenções, atingida uma certa elevação de posto, veem a sociedade da mesma forma que um professor vê seus alunos, e entre o professor e os alunos não há igualdade. De um lado, há o sentimento de superioridade, inevitavelmente provocado pela posição de superioridade que decorre da superioridade do professor, exercite ele o poder legislativo ou executivo. Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam, enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que dominam. Esta é a eterna história do saber, desde que o poder surgiu no mundo. Isto é, o que também explica como e porque os democratas mais radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais cautelosos assim que obtêm o poder. Tais retratações são geralmente consideradas atos de traição, mas isto é um erro. A causa principal é apenas a mudança de posição e, portanto, de perspectiva.

Na suíça, assim como em outros lugares, a classe governante é completamente diferente e separada da massa dos governados. Aqui, apesar da constituição política ser igualitária, é a burguesia que governa, e é o povo, operários e camponeses, que obedecem suas leis. O povo não tem tempo livre ou educação necessária para se ocupar do governo. Já que a burguesia tem ambos, ela tem de ato, se não por direito, privilégio exclusivo. Portanto, na Suíça, como em outros países a igualdade política é apenas uma ficção pueril, uma mentira.

Separada como está do povo, por circunstâncias sociais e econômicas, como pode a burguesia expressar, nas leis e no governo, os sentimentos, as ideias, e a vontade do povo? É possível, e a experiência diária prova isto. Na legislação e no governo, a burguesia é dirigida principalmente por seus próprios interesses e preconceitos, sem levar em conta os interesses do povo.

É verdade que todos os nossos legisladores, assim como todos os membros dos governos cantonais são eleitos, direta ou indiretamente, pelo povo. É verdade que, em dia de eleição, mesmo a burguesia mais orgulhosa, se tiver ambição política, deve curvar-se diante de sua Majestade, a Soberania Popular. Mas, terminada a eleição, o povo volta ao trabalho, e a burguesia, a seus lucrativos negócios e às intrigas políticas. Não se encontram e não se reconhecem mais. Como se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes? Na realidade, o controle exercido pelos eleitores aos seus representantes eleitos é pura ficção, já que no sistema representativo, o controle popular é apenas uma garantia da liberdade do povo, é evidente que tal liberdade não é mais do que ficção.

Mikhail Bakunin, in Ouvres, Vol. II, 1907.


FECALOMA, "Nada vai mudar"


Nada
Nada vai
Nada
Nada vai
Nada vai mudar
E tudo pode piorar
Nada vai mudar

Não se anule
Vote nulo
A cidadania é uma farsa
Não passe em branco
Não seja um número
Senão nada vai mudar

Neste mundo de corrupção
Neste mundo de corrupção
Nada vai mudar

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

AS RÃS QUE QUERIAM UM REI



Irritadas com a anarquia que reinava entre elas, as rãs enviaram uma delegação a Zeus: queriam um rei. Zeus viu como elas eram ingênuas. Jogou então um pedaço de madeira no açude dizendo-lhes que aquilo era seu rei. A princípio assustadas com o ruído, as rãs fugiram para a parte mais profunda do açude. Depois, como o pedaço de madeira permanecesse imóvel, elas voltaram à superfície e começaram a zombar do seu soberano a ponto de montar em suas costas.

Achando-se logradas, voltaram a Zeus e pediram um rei um pouco mais enérgico. Zeus então lhes enviou uma hidra que se lançou sobre elas e as devorou.

Mais vale ter como governante um bravo homem, embora lento, que um celerado que semeia o terror.

(Esopo)

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O SUL JÁ FOI PT

Lula X Collor - 1989

Lula X FHC - 1994

Lula X FHC -1998

Lula X Serra - 2002

Lula X Alckmin - 2006

Dilma X Serra - 2010

Dilma X Aécio - 2014

Fernando Haddad Collor (FHC) X Bozo - 2018

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

MORTADELAS, ÀS URNAS!!!


por João Monti

Acostumado a ler as querelas da I Internacional, Guerra Civil Espanhola e outros episódios envolvendo anarquistas e marxistas, poucas vezes me senti tão enojado quanto agora, diante das manobras do PT para manipular seu eleitorado.

(Antes de tirar qualquer conclusão precipitada a meu respeito, aviso que sou anarquista e não compactuo com nenhum partido, seja de esquerda, seja de direita).

Para dar sustentação ao que acabo de dizer, vou recapitular sucintamente, ponto a ponto, toda a retórica do PT envolvendo a novela político-jurídica desde o processo de impeachment até os dias de hoje:

1. Na véspera da denúncia contra Dilma Rousseff, os blogueiros progressistas PHA e Nassif juram de pés juntos, através de elucubrações inquebrantáveis, que o processo seria arquivado. Os políticos PTistas fazem coro e afirmam que a denúncia por crime de responsabilidade não passará pela comissão especial do impeachment.

Passou folgado, com 38 votos favoráveis e 27 contrários: o processo é aberto.

2. Os PTistas agora contam com a anulação da decisão pelo STF.

Não anulou.

3. Que a votação pelo prosseguimento do processo no congresso não será aprovada, porque o número de abstenções superaria o de deputados presentes, num dia de domingo.

Em pleno domingo ensolarado, com ampla cobertura da mídia, telões espalhados pelas cidades e torcida organizada de ambos os lados, coxinhas versus mortadelas, diferentemente do que costuma acontecer, a casa estava surpreendentemente lotada e foi uma lavada para os golpistas.

4. Novamente o governo entra com um recurso no STF para anular o processo, depois do episódio patético do presidente substituto da câmara Waldir Maranhão revogar poucas horas depois sua própria decisão de arquivar o processo.

O ministro Teori Zavascki nega o recurso.

5. O senador do PT Paulo Paim afirma peremptoriamente que no senado as coisas seriam diferentes, pois nunca houve na história daquela casa uma votação tão expressiva e desproporcional tal e qual a requerida para a instauração do processo de impeachment.

Houve, como nunca antes, na história daquela casa. Foram 55 votos favoráveis, 22 contrários e 2 ausentes.

6. O ministro zero à direita (não zero à esquerda, apesar de ser sempre um zero) Zero Eduardo Cardozo, advogado de Dilma Rousseff, participa faceiro do julgamento, como se o circo armado não fosse uma farsa e a condenação previamente conhecida.

Dilma tem o mandato cassado, apesar da decisão fatiar o artigo constitucional 52 e, deste modo, manter o direito da, agora, ex-presidenta poder exercer funções públicas. Os advogados de acusação não recorrem da sentença.



7. O PT lança a campanha “Diretas Já”.

Fogo de palha.

8. Blogueiros, políticos e juristas ligados ao PT afirmam, categórica e tecnicamente, que o juiz Moro não poderá condenar Lula sem provas.

Com provas ou sem provas, Moro condenou.

9. Que, apesar da celeridade com que o processo correu na segunda instância, o resultado no TRF4 ficará em 2 X 1, pois um colegiado de desembargadores jamais é unânime, possibilitando com isso recurso;

O resultado foi uma goleada, 3 X 0 (antecipado, inclusive, horas antes por uma emissora de TV).

10. Quando da prisão do ex-presidente Lula em São Bernardo, diante de meia dúzia de sindicalistas (na verdade, módicos 15 mil), os senadores Gleise Hoffman e Lindberg Faria lançam uma campanha de boicote à Rede Globo.

O PT não só não boicotou como seus políticos, candidatos a todos os cargos, inclusive à presidência, concedem alegremente entrevistas e mais entrevistas à emissora, sem o menor pudor.



11. Os jornalistas Leonardo Atuch e Eduardo Guimarães dão como certo, através de análises insofismáveis, a concessão de habeas corpus para Lula pelo STF.

Não deu. Choradeira de sempre: “Viva Gilmar, abaixo Rosa Weber!...”

12. O Comitê de Direitos Humanos da ONU acolhe pedido de liminar da defesa de Lula e determina que este "exercite seus direitos políticos de candidato nas eleições de 2018, bem como o acesso à imprensa".

O TSE ignora a determinação da ONU e rejeita a candidatura Lula por 6 votos a 1.

13. Eleição sem Lula é fraude.

Mesmo assim, o PT lança um outro candidato, para “não ficar sem opção” (na fraude), apesar do escandaloso desrespeito à decisão da ONU por parte das instituições brasileiras.

No decorrer de toda esta arenga, o PT defende a candidatura Lula até o fim e denuncia o Coup d'État, o estado de exceção, o fim da democracia, o fim do Estado de direito, a justiça parcial, o monopólio de mídia, a fraude eleitoral etc.

No entanto, ao se aproximar da reta final do pleito e dos prazos da justiça eleitoral, o partido muda radicalmente o discurso e decide tornar nula a denúncia contra o golpe lançando um poste à presidência: um candidato indicado por Lula.



De uma hora para outra, o PT resolve todo esse imbróglio com o slogan "Haddad é Lula" – talvez, porque agora o PT reconheça a definição do então prefeito de São Paulo Fernando Haddad sobre o impeachment de Dilma Rousseff: “uma breve interrupção da normalidade nas instituições democráticas”.

E assim, como num passe de mágica, as instituições voltam a funcionar normalmente, as eleições (sem Lula) se tornam novamente um processo legítimo e democrático, Lula é Haddad, Haddad é Lula, e não tá mais aqui quem falou...

Só que, objetivamente, há um grande furo na nova trama do PT: Lula continua preso.

E se “as instituições estão funcionando normalmente”, então Lula é culpado de todos os crimes que lhe são imputados.

Como resolver essa espinhosa questão?

Simples, tudo funciona, menos para o Lula.

Isso fica claro na carta supostamente escrita por Lula, ao renunciar à candidatura em prol de Haddad, em pelo menos dois pontos:

“Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim.

“E mesmo assim os tribunais brasileiros me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão, desde que não se chame Luiz Inácio Lula da Silva”.

Atente-se às passagens: medidas de exceção contra mim... tribunais me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão.

Sim, a constituição só foi “rasgada” para Lula!

Do nada o Brasil virou uma Suécia e todos os brasileiros têm seus direitos amplamente assegurados, como se os pobres não fossem vítimas permanente do Estado de exceção, da opressão policial e judicial, do apartheid social e racial, do genocídio da juventude pobre e negra nas periferias, das agruras da miséria, dos péssimos serviços públicos, da falta de saúde, educação, transporte...

Somente a Luiz Inácio Lula da Silva é negado as tais garantias constitucionais.

Quanta hipocrisia!!!

Não só Lula, mas milhares e milhares de brasileiros sofrem calados, todos os dias, as arbitrariedades do aparelho repressivo, sem ninguém para chorar suas pitangas.

Aparelho repressor esse, aliás, fortalecido pelos governos do PT, supostamente para combater a corrupção!



Mais do que cretinismo parlamentar, as atitudes do PT são um caso crônico de má-fé e extrapolam todos os limites do cinismo.

Mas vão dizer: não é o Lula, é o “projeto Lula”.

Projeto formulado no plano de governo Haddad, bem ao gosto do capital financeiro, e que é exatamente o mesmo de Lula nos mandatos anteriores: PPPs, concessões, abertura de mercado, lucros recordes aos bancos, autonomia do banco central, (agora) dolarização da dívida interna... 

Ou seja, projeto ultra-neoliberal.


Pois bem, a fábula do referendo revogatório, da retomada do pré-sal, do fim do monopólio de mídia e de outras tagarelices jogadas ao vento nada mais eram que artifícios retóricos do PT para manter seu curral eleitoral mobilizado sob rédeas curtas.

O que se pode depreender disso tudo é que o novo capítulo "Haddad é Lula" é mais uma das miragens da novela político-jurídica do golpe que não é golpe e é golpe ao mesmo tempo, dependendo das conveniências de ocasião farejadas por uma direção partidária altamente oportunista.

A eleição de Haddad é o canto da sereia do PT para enfeitiçar simpatizantes e militantes PTistas e arremessá-los contra rochedos.

Evidentemente, um novo mandato do PT não faz parte do roteiro do golpe.

A agenda política nacional não alijou o PT do poder para entregá-lo de mão beijada pouco tempo depois.

O PT perdeu todas as batalhas, uma após outra, não iria vencer a guerra.

A menos que Haddad apareça como o candidato do mercado financeiro...

Porque as cartas já estão marcadas e o PT só vence por W.O., isto é, através de uma vitória de Pirro.

O paulistano Haddad não é apenas um pedido de trégua, mas a celebração do acordo nacional, com o Supremo com tudo: mais uma vil traição do PT à classe trabalhadora.

(Veja nossos artigos o "Plano B do PT: Plim! Plim!" e "O triplex do Lula: a fraude eleitoral do PT")

A recente campanha do sistema financeiro internacional juntamente com o conglomerado de mídia nacional contra a legenda política do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro significa uma ou outra coisa:



a) com o derretimento da candidatura Bolsonaro, seus votos migrariam para o candidato da direita Alckmin, que na reta final das eleições subiria exponencialmente nas pesquisas (a exemplo de outros candidatos do PSDB, em outras eleições, nomeadamente Aécio e Dória) e, eventualmente, poderia vencer no 2o. turno, angariando votos do anti-PTismo.


(Se bem que Trump também não era o candidato das finanças e a candidatura Bolsonaro parece muito mais alinhada à atual geopolítica de Washington).

b) a solução Fernando Haddad surgiria, efetivamente, como de centro direita, mais palatável ao mercado e sob uma áurea de "esquerda", assim como Emmanuel Macron na França.

Eleito por indicação, não pelo escrutínio democrático das urnas, sem qualquer compromisso popular, Haddad seria um interventor das finanças com a função de gerenciar as políticas das reformas neoliberais.

Uma vitória de Haddad, porém, não arrefeceria a polarização ideológica que, inclusive, apresenta reflexos regionais, dividindo o país.  


Caso vença as eleições, supondo ainda que não haja fraude nas urnas eletrônicas ou que a rejeição ao PT não ultrapasse a de Bolsonaro e, considerando-se ainda, o péssimo desempenho do candidato do mercado Alckmin, que não emplaca nas pesquisas - o PT teria de fazer inúmeras concessões.

O governo Temer ainda tentará aprovar a reforma da previdência após as eleições. Caso não consiga, deixará como pendência para o próximo período, além das privatizações,.



Privatizar ou aprovar a reforma da previdência colocaria um governo do PT entre a cruz e espada.

Neste contexto, o PT terá de vender a alma ao diabo e o preço a pagar é a candidatura Haddad, que daria continuidade a política econômica do governo Temer.

Caso o PT não cumprisse com a agenda do golpe, a instabilidade política seria tão grande ou ainda maior que no governo Dilma. No melhor dos cenários, logo vai chover uma tempestade de denúncias de corrupção; Palocci ou algum outro traíra vai delatar até a mãe; manifestações coxinhas tomarão as ruas do país etc., etc. etc.; e o vulto de uma intervenção militar rondará como uma alcateia de lobos famintos o Congresso Nacional.

Nesta comédia sem graça, o PT é conscientemente um ator coadjuvante que seguiria cegamente o script ultra-neoliberal e antipopular dos interesses do mercado.

Mas, independente de tudo isso, vencendo ou perdendo nas urnas, o PT passará o selo de "democracia" a todo um longo processo de fraudes e distorções institucionais, transformando, por fim, fatos em simples guerra de versões narrativas de quem grita mais alto.

Não há saída:

Vencendo, caberá ao PT aplicar a agenda golpista.

Perdendo, o PT avaliza a agenda golpista pelo sufrágio universal.

Sacrifica-se a rainha para salvar o rei. Vão-se os anéis, ficam os cargos.

A verdade é que, ao fim e ao cabo, o PT luta desesperadamente pela sua sobrevivência, o que significa dizer: cargos no governo, mamar nas tetas do Estado, monopolizar a dita “esquerda”, manter os sindicatos sob sua tutela e conter o avanço das massas populares.

O PT legisla em causa própria e para as massas, doses homeopáticas de demagogia.

De fato, Haddad é Lula e Lula não é Che. 

perfil sócio-econômico dos burocratas do PT prova isso e fica patente na declaração de bens de seus candidatos ao TSE ou a Receita Federal. Vejamos:

Fernando Haddad declarou bens no valor de R$ 428.451, 09, incluindo sua atual residência, herança familiar, no valor de 183.000,00.

Apenas em se tratando do referido imóvel residencial, o valor declarado é o valor venal, não o valor econômico, pois o valor real do imóvel, o de mercado, um sobrado em um terreno de 586 metros quadrados, com piscina, situado em um bairro nobre da capital, Planalto Paulista (IPTU de R$ 10.315,00), segundo corretores, é de mais de R$ 2.000.000,00.


100 mil reais é o valor de um imóvel na Brasilândia, periferia da cidade. Agora, uma mansão, nas vizinhanças do Ibirapuera, é até muito mais caro do que as estimativas dos corretores!

(Propriedade da família Haddad, esta casa se manteve desocupada por algum tempo, pois, ao se mudar recentemente para lá, o casal Haddad viu-se na necessidade de realizar reformas. Imagine quantas famílias sem-teto poderiam ocupar o imóvel quando estava ocioso!)

O antigo apartamento, onde o candidato morava, no bairro do Paraíso, de 187 m2, ainda de sua propriedade, foi declarado pelo valor venal de R$ 90.000,00 quando o imóvel é avaliado no mercado imobiliário em mais de 1,5 milhão de reais.

Aliás, embora permitido pela justiça eleitoral, o patrimônio declarado de Haddad não acompanhou a inflação e ainda desvalorizou a cada eleição: R$ 473,8 mil (2012), R$ 451,9 (2016) e agora R$ 428,4 mil. 

Já Lula declarou R$ 7.987.921,57, ou seja, para facilitar, 7,9 milhões de reais, neste ano de 2018.

É notório, porém, que a empresa de palestras de Lula chegou a faturar 30 milhões de reais em cinco anos, haja vista que uma única palestra chegava a custar até 800 mil reais! 

(Cá entre nós, o que Lula dizia de tão especial às empreiteiras que valia tanto assim ou será que estas empresas de palestra e consultoria é um outro nome, vamos dizer assim, um eufemismo, para não dizer lobby).

E não é só isso. Só a empresa de um de seus filhos, o Lulinha, chegou a receber, durante os governos do PT, mais de 103 milhões de reais, injetados por outras empresas, como a Oi.

E tanta gente por aí fazendo sua fezinha na maga-sena, toda semana, obstinadamente, na vã esperança de um dia tirar a sorte grande!

Sim, porque Lula deve ter ensinado a seus filhos que é muito mais negócio ser patrão do que trabalhador...

A senadora Gleisi Hoffmann chegou a declarar bens de apenas R$34.284,00, pouco mais que o salário de um senador (R$ 33.763,00, sem contar os inúmeros benefícios, claro). Pouco depois de sua declaração vir a público, a senadora corrigiu o registro, declarando seus bens em R$ 1.452.098,29.

Zé Dirceu declarou à receita federal um patrimônio de R$ 2.285.058,87 e chegou a afirmar em juízo que recebia um salário módico de, pasmem, R$ 120.000,00 por mês. Segundo ele: “Sem falsa modéstia, R$ 120 mil [por mês] é irrisório”.

Segundo investigações, Palocci amealhou um patrimônio em imóveis, carros e investimentos de pelo menos R$ 80 milhões. Podendo ser muito maior, já que R$ 216,2 milhões passaram pelas contas de sua empresa de consultoria.

Segundo nota do PT em 3/10/18 sobre a delação de Palocci: "A delação mentirosa de Palocci foi negociada com a Polícia Federal em troca da redução de dois terços de sua pena, prevendo até perdão judicial, da devolução de R$ 37 milhões, que é menos da metade do que teria sido bloqueado em suas contas, segundo a imprensa, e da preservação de todos os imóveis da família" (Grifo meu).

Obs.: Quando se trata de um desafeto, no caso a persona non grata Palocci, ex-homem de confiança de Lula e um dos quadros mais importantes do partido, as informações veiculadas pela imprensa são verdadeiras, quando se trata de um figurão do PT, aí as noticias são caluniosas...

(Tudo isto pode ser verificado numa pesquisa rápida no Google).

Ora, sabemos que estas declarações são subestimadas pelos candidatos; ao invés de, por exemplo, declararem o valor de mercado de um imóvel, declaram o valor venal, conforme as normas da Receita Federal. Quem não se lembra do caso de um senador do PSDB, que declarou, numa outra eleição, uma fazenda no valor de 1 real? Isso sem falar em contas e imóveis registrados no exterior...

Declaração de bens de alguns presidenciáveis:

Bolsonaro - R$ 2.286.779,48

Alckmin: R$ 1.379.131,70

Ciro Gomes: R$ 1.695.203,17

Henrique Meireles: R$ 377.496.700,70

Resumindo, são todos milionários.



No caso do PT, o que diria Karl Marx, o papa da esquerda partidária, desta boa burguesia samaritana?

Ora, segundo o barbudão, as condições materiais de existência determinam as relações dos indivíduos em sociedade e em conformidade com sua classe social.

Sim, as condições materiais de existência, isto é, dinheiro, bufunfa, grana, cara, e não o discurso fácil e vazio.

Marx estava certo. Não dá pra jogar nos dois times, ou você acha que estes burgueses e nouveaux riches (novos-ricos) vão lutar pela revolução socialista ou pelo comunismo, abrindo mão de seu polpudo patrimônio?!!!

Honestamente, será que estes heróis do proletariado, em sua vida particular, se relacionam com pessoas pobres? Casam-se com sem-teto ou sem-terra? Vão ao hospital público? Os filhos estudam em escolas públicas? Andam de transporte público? Moram em periferias, favelas, ocupações? (...)

Não, companheiro, água não se mistura com óleo.

Faça uma simples pesquisa no Google, e comprove...

A História, o grande trunfo do marxismo, já deu muitas provas de que lado eles estão no final, e realmente não é o dos mais pobres.

No máximo, tendo muita boa vontade com o PT, daria para defini-lo como reformista. E reforma no sentido rigoroso da palavra é conservação. Quando reformamos nossa casa é para conservá-la, reparar o encanamento, a eletricidade, o telhado etc., e evitar que ela desabe.

Não foi isso que o PT fez quando reduziu “cidadãos” (da nova classe média, isto é, classe C) a meros consumidores de mercadorias, super alienados e super endividados?

O PT criou a ilusão de que o pobre podia ascender socialmente e todos podiam ser felizes no capitalismo dependente.

Que os bancos o digam!

Pois não se esqueçam, camaradas, das condições materiais de existência...

Ora, realmente, dá na mesma votar no PT ou em qualquer outro partido. 

No fundo, sãos os ricos que vão continuar mandando nos pobres, a velha plutocracia no poder.

Só muda o coronel da Casa-Grande, com o agravante de que os filantropos da senzala aumentaram, perversamente, o poder de fogo do capitão do mato: o sistema de justiça.

Para o golpe de 2016, não poderia haver desfecho mais apoteótico: o PT sob as vestes de carrasco e chicote na mão conduzindo a classe trabalhadora para a forca ou a volta  da ditadura militar pela via democrática!

O mundo não mudou muito desde pelo menos Roma, quando alguns aristocratas tomavam o partido da plebe para, no fundo, defender interesses particulares. É assim desde os tempos antediluvianos até os dias atuais. 

Eis a novidade da democracia moderna: o direito do escravo escolher o seu amo.

VOTE NULO, NÃO SUSTENTE PARASITAS!!!