A Quarta Revolução Industrial, de Klaus Schwab
Supercomputadores
móveis, cada vez mais onipresentes. Robôs inteligentes. Carros autoguiados.
Aperfeiçoamento do cérebro através da neurotecnologia. Manipulação genética.
São algumas das evidências de uma mudança dramática que está ocorrendo à nossa
volta a uma velocidade inimaginada.
Autor do livro “A
quarta revolução industrial” (The Fourth
Industrial Revolution), o professor alemão Klaus Schwab, fundador e
presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, há mais de quatro décadas
envolvido nos assuntos de interesse global, está convencido de que estamos no
início de uma nova revolução industrial que vem mudando fundamentalmente a
forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.
As revoluções
industriais anteriores libertaram a humanidade das limitações naturais,
possibilitando pela primeira vez a produção em massa e a aproximação de
milhares de pessoas por meio da rede internacional de computadores. A Quarta
Revolução Industrial é, no entanto, profundamente diferente, pois se define por
uma série de inovações tecnológicas que estão diluindo as fronteiras entre o
mundo físico, a robótica e a biologia, o que alteraria drasticamente a ciência,
a economia, a produção e até mesmo as ideias sobre o que é o ser humano.
Conforme o autor, estas
mudanças poderiam indicar uma nova era extremamente promissora para a
humanidade. O desenvolvimento atual produziu um enorme potencial tecnológico
para unir milhões e milhões de pessoas ao redor do planeta, melhorou
drasticamente a eficiência das instituições e organizações sociais, além de
gerar ativos para a regeneração do meio ambiente devastado pelas revoluções
industriais anteriores.
Entretanto, Schwab
aponta muitas reservas, algumas perturbadoras. Segundo ele, é muito provável
que as instituições sociais não estejam prontas para se adaptarem às rápidas
mudanças em curso; os governos poderão negligenciar o emprego e a
regulamentação das novas tecnologias na economia, o que afetaria o desenvolvimento
econômico; as inconstâncias políticas poderiam criar instabilidades à segurança
mundial; a desigualdade poderá aumentar ainda mais; e as sociedades tenderiam a
se fragmentar.
No livro, o autor delimita
a nova revolução ao contexto histórico atual e detalha as principais
tecnologias que impulsionaram as transformações, discutindo seus impactos no
cenário político, empresarial, social e mesmo na esfera dos indivíduos, sugerindo
respostas para enfrentá-los. No cerne de sua análise está a convicção de que
esses impactos podem estar sob o controle da humanidade desde que se fomente um
dialogo interdisciplinar entre as diversas áreas do conhecimento e, daí,
aproveitar as oportunidades surgidas das propostas vislumbradas.
Neste sentido, Schwab
faz um apelo para que todos diversos setores da sociedade e da política “se
unam para construir um futuro comum, colocando as pessoas acima de tudo, pois,
lembra o autor, que a tecnologia é, antes de mais nada, uma ferramenta criada
por pessoas para pessoas”.
Entender como a humanidade
pode se beneficiada e superar os desafios desta revolução foi o tema principal
da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em 2016, realizado justamente sob o
lema "Controlar a Quarta Revolução Industrial".
Os dados das pesquisas
de grande amplitude, as grandes ideias e o conhecimento das redes globais, por
líderes empresariais, governamentais, da sociedade civil e de jovens líderes,
no Fórum Econômico Mundial, é analisado em profundidade pelo livro, numa
perspectiva de como a humanidade pode assumir a responsabilidade coletiva de
garantir um futuro melhor para todos.
NOTA DO BLOG: Se a
teoria das etapas da Revolução Industrial já é em si bastante controvertida, o
que pensar então de uma nova fase industrial? Mais estranho ainda é quem propõe
a ideia: o Fórum Econômico Mundial. A questão principal é saber por que o Fórum
Econômico Mundial trabalha com esta hipótese, que poderia ser compreendida como
uma agenda capitalista com fins estratégicos e de mercado. Por isso o tema foi
postado, porque se entende que, falso ou verdadeiro, o assunto é atual e
fomenta o debate num terreno teórico tão movediço. Mas vindo de quem vem, não
pode ser boa coisa.
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