Quase
25% da renda de mais pobres vêm de aposentadorias e programas sociais
O valor médio mensal
recebido pelas famílias brasileiras alcançou R$ 5.426,70 em 2018, segundo a
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada hoje pelo IBGE.
Entre os lares mais pobres, que recebem até R$ 1.908, quase um quarto da renda
(24,3%) vem de aposentadorias, pensões e programas sociais, mas essa
dependência chega a 28,8% quando se consideram todas as transferências
levantadas pela pesquisa.
Considerando as fontes
de renda de todas as famílias, as transferências equivalem a 19,5%, e o
rendimento não monetário, que são as aquisições que as famílias não precisaram
pagar, representa 14,5%. O rendimento de trabalho foi a principal fonte,
responsável por 57,5% do total recebido.
O gerente da pesquisa,
André Martins, destacou que há diferenças em relação a origem dos valores
recebidos de acordo com a classe de rendimento das famílias: “além do
rendimento de trabalho, nas famílias de menores rendimento vemos também a
importância das transferências e do rendimento não monetário, que complementa o
orçamento familiar”.
Já nas famílias de
maiores rendimentos, a importância do trabalho é maior, além da variação
patrimonial. “Na variação patrimonial estão incluídos os saques de poupança e,
em geral, as famílias de maiores rendimentos têm essa disponibilidade. E também
vendas de imóveis e bens de valores mais altos, heranças”, disse André.
Famílias de zonas
rurais ganham pouco mais da metade das áreas urbanas
A pesquisa mostrou
diferenças regionais e em relação a situação de domicílio: as famílias em
situação rural recebiam pouco mais da metade (52,3%) do valor recebido em áreas
urbanas. Centro-Oeste (R$6.772,86) e Sudeste (R$6.391,29) foram a regiões com
maiores rendimentos, enquanto Nordeste (R$ 3.557,98) e Norte (R$ 3.647,70)
apresentaram os menores valores.
“A gente também vê
diferenças de contribuição das regiões para a formação do rendimento médio
mensal familiar. A região Sudeste representa mais da metade dessa média, com
51,4%. Já a região Norte, com 4,9%, é a que menos contribui”, explicou André
Martins
Apenas 2,7% das
famílias se apropriam de 20% da média global do rendimento
Quando se observam as
famílias por classes de rendimento, 23,9% das famílias recebiam até R$1.908,00
(dois salários mínimos) e contribuíam com apenas 5,5% do valor médio recebido
no Brasil. Ou seja, da média mensal global de R$5.426,70, apenas R$297,18 vêm
deste grupo.
Na última classe estão
apenas 2,7% das famílias brasileiras, que recebiam mais de R$23.850,00 (25
salários mínimos). Este grupo contribuiu com R$1.080,26 para média global de
R$5.426,70. Dessa forma, este grupo se apropria de quase 20% de todos os
valores recebidos pelas famílias.
“Isso mostra como os
extremos são desiguais na hora de colaborarem para rendimento médio mensal das
famílias brasileiras”, concluiu André.
Editoria: Estatísticas
Sociais | Irene Gomes | Arte: Simone Mello
Fonte: IBGE 04/10/2019
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