Subiu
o número de brasileiros com mais de US$ 1 bilhão, de acordo a revista Forbes. No ano passado, contavam 42 bilionários; agora são 58.
Os
brasileiros bilionários acumulam um patrimônio de US$ 179,7 bilhões (cerca de
R$ 679,3 bilhões). Houve aumento de 1,9% em relação ao ano passado, quando os
bilionários somavam US$ 176,4 bilhões (R$ 666,9 bilhões).
A
maior parte desses bilionários é do setor financeiro: 48 dos 206 que aparecem
no ranking.
Ranking
dos cinco setores com mais bilionários no Brasil
1
- Setor financeiro: 48 (R$ 345,97 bilhões)
2
- Atacado e varejo: 29 (R$ 114,65 bilhões)
3
- Alimentos e bebidas: 27 (R$ 276,33 bilhões)
4
- Indústria: 18 (R$ 85,14 bilhões)
5
- Diversos: 14 (R$ 64,12 bilhões)
IBGE - Renda do
trabalho do 1% mais rico é 34 vezes maior que da metade mais pobre
O
rendimento médio mensal de trabalho da população 1% mais rica foi quase 34
vezes maior que da metade mais pobre em 2018. Isso significa que a parcela de
maior renda arrecadou R$ 27.744 por mês, em média, enquanto os 50% menos
favorecidos ganharam R$ 820.
Contribuíram
para esse quadro o aumento de 8,4% na renda das pessoas mais ricas e as quedas
nos ganhos das classes que formam os 30% mais pobres, na comparação com 2017.
As informações são do módulo Rendimento de Todas as Fontes, da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada no dia
16 de outubro pelo IBGE.
A
pesquisa também mostrou que os 10% da população mais pobres detinham 0,8% da
massa de rendimento, enquanto os 10% mais ricos concentravam 43,1%. Já a massa
de rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que era de R$ 264,9
bilhões em 2017, cresceu para R$ 277,7 bilhões em 2018.
A
média de rendimentos do trabalho do país, para pessoas de 14 anos ou mais,
ficou em R$ 2.234, acima do valor inicial da série em 2012 (R$ 2.133), mas
abaixo do registrado em 2014, que foi de R$ 2.279. No Nordeste, o rendimento
médio era de R$ 1.479, enquanto no Sudeste, chegou a R$ 2.572.
Na
passagem de 2017 para 2018, o Nordeste foi a única região onde o rendimento de
trabalho diminuiu. “O rendimento do trabalho corresponde a aproximadamente três
quartos do rendimento total das famílias. O mercado de trabalho em crise, onde
as pessoas estão deixando seus empregos e indo trabalhar em outras ocupações,
com salários mais baixos, provoca um impacto no rendimento total”, explicou a
gerente da PNAD Contínua, Maria Lucia Vieira.
O
índice de Gini, que mede concentração e desigualdade econômica, indo de zero
(máxima igualdade) até um (máxima desigualdade), chegou a 0,509 em 2018, para
rendimentos de trabalho. O indicador era de 0,508 no Brasil em 2012, depois
diminuiu para 0,494 em 2015 e voltou a subir. “Essas variações no índice de
Gini têm muito a ver com as flutuações na renda dos mais ricos”, comentou a
analista do IBGE, Adriana Beringuy.
Esse
aumento na desigualdade, porém, não foi uniforme no país. No Nordeste, o índice
caiu de 0,531 em 2017 para 0,520 em 2018. “No Sudeste, o 1% com maiores
rendimentos de trabalho cresceu 17,8%. Nesse mesmo período, no Nordeste, o 1%
mais rico teve queda de 16,5%. Então, a redução na desigualdade no Nordeste
está mais relacionada à queda nos rendimentos de trabalho dos mais ricos, do
que numa melhoria nas condições de vida dos mais pobres”, disse Adriana.
População que recebe
aposentadorias e pensões chega a 14,6%
Além
dos rendimentos com trabalho, que representam cerca de três quartos do total
recebido mensalmente pela população, a pesquisa também investiga outras fontes
de renda, como aposentadorias, aluguéis e arrendamentos, pensões e mesadas e
outros rendimentos, como programas sociais e rentabilidade de aplicações
financeiras.
Aposentadorias
e pensões foram destaque, atingindo R$ 1.872 em 2018, a maior média entre as
outras fontes pesquisadas. Isso significa um crescimento de 3,3% em relação a
2017 e de 7,3% em relação a 2012. Do total da população, 14,6% recebiam esse
benefício em 2018, enquanto em 2012 essa proporção era de 13,1%.
“A
proporção de pessoas com rendimento de trabalho caiu, e isso tem relação com a
perda de empregos. Já a proporção de aposentadorias vem aumentando, o que pode
estar relacionado a mais pessoas buscando o benefício e por componentes
demográficos, tanto que é mais forte no Sul e Sudeste, onde a população está
mais envelhecida”, disse Maria Lucia.
No
Sul, a população que recebe aposentadorias e pensões chegou a 18,3%, enquanto
no Sudeste, atingiu 15,8%.
Número de beneficiários
do Bolsa Família reduz para 13,7%
A
pesquisa mostrou também que a proporção de domicílios que recebiam rendimentos
do Programa Bolsa Família caiu de 15,9% em 2012 para 13,7% em 2018. O
percentual manteve-se praticamente estável com pequena queda em 2013 (15,7%),
declínio que se acentuou a partir de 2014 (14,9%) e em 2015 (14%).
O
rendimento médio mensal domiciliar dos que recebem dinheiro do Bolsa Família
também caiu, passando de R$ 368 para R$ 341, após ter chegado ao pico de R$ 398
em 2014. Os números são bem abaixo do rendimento médio mensal real domiciliar
dos que não são beneficiários do programa: R$ 1.565.
A
pesquisa revela ainda que os beneficiários do programa social têm menos acesso
a serviços básicos de saneamento – água, esgotamento sanitário e coleta de
lixo.
Entre
aqueles com Bolsa Família, 71,7% tinham abastecimento de água em geral, ante
88,1% dos que não recebem o benefício. Apenas 37,6% dos beneficiários têm
acesso a esgotamento sanitário com rede geral ou fossa séptica, frente a 70,9%
da demais parcela da população. E 75,7% contam com coleta de lixo, abaixo dos
que não têm o benefício, 93,6%.
Editoria:
Estatísticas Sociais | Eduardo Peret, com colaboração de Carmen Nery (16/10/2019)
Extrema pobreza atinge
13,5 milhões de pessoas e chega ao maior nível em 7 anos
Em
2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a
R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para
identificar a condição de extrema pobreza. Esse número é equivalente à
população de Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Embora o percentual
tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em
2018, um recorde em sete anos.
Os
dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada no dia 6 de
novembro pelo IBGE. O gerente do estudo, André Simões, ressalta que são
necessárias políticas públicas para combater a extrema pobreza, pois ela atinge
um grupo mais vulnerável e com menos condições de ingressar no mercado de
trabalho.
A
Síntese de Indicadores Sociais também apontou que, embora um milhão de pessoas
tenham deixado a linha de pobreza – rendimento diário inferior a US$ 5,5,
medida adotada pelo Banco Mundial para identificar a pobreza em países em
desenvolvimento como Brasil – um quarto da população brasileira, ou 52,5
milhões de pessoas, ainda vivia com menos de R$ 420 per capita por mês. O
índice caiu de 26,5%, em 2017, para 25,3% em 2018, porém, o percentual está
longe do alcançado em 2014, o melhor ano da série, que registrou 22,8%.
“Em
2012, foi registrado o maior nível da série para a pobreza, 26,5%, seguido de
queda de 4 p.p. em 2014. A partir de 2015, com a crise econômica e política e a
redução do mercado de trabalho, os percentuais de pobreza passaram a subir com
pequena queda em 2018, que não chega a ser uma mudança de tendência”, avalia o
analista do IBGE Pedro Rocha de Moraes.
A
pobreza atinge sobretudo a população preta ou parda, que representa 72,7% dos
pobres, em números absolutos 38,1 milhões de pessoas. E as mulheres pretas ou
pardas compõem o maior contingente, 27,2 milhões de pessoas abaixo da linha da
pobreza.
Em
2018, a redução da pobreza se deu principalmente no Sudeste, que registrou
menos 714 mil pessoas nessa condição, sobretudo no estado de São Paulo (menos
623 mil). Quase metade (47%) dos brasileiros abaixo da linha de pobreza em 2018
estava na região Nordeste. O Maranhão foi o estado com maior percentual de
pessoas com rendimento abaixo da linha de pobreza, (53,0%). Já Santa Catarina,
que também se mostrou o estado menos desigual, apresentou o menor percentual de
pobres. Todos os estados das regiões Norte e Nordeste apresentaram indicadores
de pobreza acima da média nacional.
Desigualdade aumenta
Entre
2012 e 2014, o grupo dos 40% com menores rendimentos apresentou aumento mais
expressivo do rendimento médio domiciliar per capita, passando de R$ 329 para
R$ 370. A partir de 2015, o rendimento médio deste grupo caiu para R$ 339. Já o
grupo dos 10% com maiores rendimentos sofreu uma modesta redução do rendimento
médio entre 2012 e 2015 (de R$ 5.408 para R$ 5.373), mas passou a subir nos
anos seguintes, resultando, ao final de 2018, em um rendimento médio de R$
5.764, o maior valor da série.
“Em
2018, houve uma melhora nos indicadores do trabalho, embora tenha sido mais
relevante no trabalho informal. O valor dos rendimentos cresceu para toda a
população, só que foi maior para os 10% com maiores rendimentos que se
apropriaram de uma parcela maior do que os 40% com menores rendimentos,
ampliando a desigualdade”, diz Moraes.
Rendimento
domiciliar per capita médio de pretos ou pardos é metade do recebido pelos
brancos
Em
2018, pessoas de cor ou raça preta ou parda tiveram rendimento médio domiciliar
per capita de R$ 934, quase metade do rendimento de R$ 1.846 das pessoas de cor
ou raça branca. Entre 2012 e 2018, houve ligeira redução dessa diferença,
explicada por um aumento de 9,5% no rendimento médio de pretos ou pardos, ante
um aumento de 8,2% do rendimento médio dos brancos. Mas tal redução não foi
capaz de superar a histórica desigualdade de rendimentos, em que brancos ganham
o dobro de pretos e pardos.
Em
relação às condições de moradia, 56,2% (29,5 milhões) da população abaixo da
linha da pobreza não têm acesso a esgotamento sanitário; 25,8% (13,5 milhões)
não são atendidos com abastecimento de água por rede; e 21,1% (11,1 milhões)
não têm coleta de lixo.
Tanto
em relação às inadequações habitacionais como em relação à ausência de
saneamento, as proporções registradas são maiores entre pretos e pardos do que
entre brancos. Entre pretos e pardos, 42,8% (49,7 milhões) não são atendidos
com coleta de esgoto; 17,9% (20,7 milhões), não têm abastecimento de água por
rede; e 12,5% (14,5 milhões) não têm acesso à coleta de lixo.
Editoria:
Estatísticas Sociais | Carmen Nery (06/11/2019)
Nota
dos editores do blog: Agora deu pra sacar quem vai se beneficiar com as reformas
em curso no Brasil?
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