Pesquisa Seade –
Mulheres e arranjos familiares na metrópole
Sobre a Pesquisa Seade
Objetivo:
analisar atributos da população residente na Região Metropolitana de São Paulo
e aspectos da vida no espaço urbano.
Estrutura
da pesquisa:
•
Questionário fixo: captação de atributos da população Þ
perfis demográfico e educacional, trabalho, renda e moradia
•
Questionário variável: temas específicos e relacionados a espaço urbano e
políticas públicas Þmobilidade urbana; uso de aplicativo no
trabalho; atividade física; acesso à informação
Coleta
de dados: aplicação de questionário em visita domiciliar, para todos os
moradores.
Público-alvo:
população residente na Região Metropolitana de São Paulo.
Amostra:
2.100 domicílios/mês.
Mulheres e arranjos familiares na metrópole de São Paulo
Este
módulo analisa aspectos da vida das mulheres chefes de família* na Região
Metropolitana de São Paulo.
Aspectos
analisados:
•
características das famílias chefiadas por mulheres;
•
diferenças no padrão de renda domiciliar por sexo do chefe;
•
deslocamentos dos chefes de família no espaço urbano.
Período
de referência: 2º semestre de 2019.
*
Chefe de família = pessoa considerada pelos moradores como o principal
responsável pelo domicílio.
Arranjos familiares na
RMSP
Diversidade
de composição é um traço cada vez mais característico das famílias da RMSP.
39%
das famílias são chefiadas por mulheres.
Em
cada 100 famílias da RMSP*:
•
somente 36 têm o formato casal com filhos chefiado por homem;
•
16 são casais sem filhos, sendo a maioria chefiada por homens;
•
15 são unipessoais, ou seja, pessoas vivendo sozinhas, situação mais usual
entre as mulheres;
7%
das famílias da RMSP são estendidas, ou seja, os netos estão morando com avós,
a maioria com a presença dos pais.
(*)
Com ou sem outro(s) parente(s) e/ou agregado(s) /convivente(s).
AS FAMÍLIAS CHEFIADAS
POR MULHERES NA RMSP
Diversidade de
composição das famílias chefiadas por mulheres na RMSP é grande
Arranjo
mais usual entre as famílias chefiadas por mulheres continua sendo aquele em
que a mulher vive apenas com filhos e/ou netos, sem cônjuge.
Parcela
de famílias chefiadas por mulheres em que elas chefiam o casal, com ou sem
filhos, já alcança 24%.
Mulheres
vivendo sozinhas equivalem também a 24% do total de famílias chefiadas por
mulheres.
65%
das famílias chefiadas por mulheres não têm filhos e/ou netos menores de 18
anos em sua composição.
Entre o conjunto de famílias chefiadas por
mulheres que têm filhos e/ou netos menores de 18 anos, pouco mais de um terço
corresponde a casal chefiado por mulher.
Famílias chefiadas por
mulheres são mais “velhas” do que as chefiadas por homens
Idade
média das mulheres chefes de família corresponde a 53,8 anos, superior à dos
homens chefes (49,4 anos).
40%
das mulheres chefes de família têm mais de 60 anos; entre os homens chefes de
família, 27% estão nessa faixa etária.
Coerente
com a idade mais elevada, mais da metade das mulheres chefes de família não
estão ocupadas, situação de apenas 28% dos homens chefes.
Renda média das
famílias chefiadas por mulheres corresponde a R$ 2.646, 73% da renda das
famílias chefiadas por homens
Diferencial
se reproduz em toda a estrutura de rendimentos: famílias chefiadas por mulheres
dispõem sempre de rendimento cerca de 30% inferior ao das chefiadas por homens.
Desigualdade
se reproduz também entre as famílias chefiadas por mulheres: a renda mínima
daquelas no topo da pirâmide corresponde a 3 vezes o máximo obtido por aquelas
na base da pirâmide.
Em
termos per capita, a desigualdade é marcante:
•
em média, as famílias chefiadas por mulheres dispõem de R$ 41/dia, valor que
sobe para R$ 46/dia entre as chefiadas por homens;
•
as famílias chefiadas por mulheres entre os 25% mais pobres dispõem de R$
17/dia, no máximo; as que estão entre as 25% de maior renda obtêm R$ 48/dia, no
mínimo.
Renda das famílias
chefiadas por mulheres depende mais do sistema previdenciário
Trabalho
é única fonte de renda para 44% das famílias chefiadas por mulheres, situação
de 59% das chefiadas por homens.
Para
19% das famílias chefiadas por mulheres, a renda domiciliar provém
exclusivamente de pensões e aposentadorias.
Entre
as mulheres vivendo sozinhas (idade média de 61,4 anos), a parcela que recebe
apenas pensão e aposentadoria cresce para 44%.
Renda
média das famílias chefiadas por mulheres que somente recebem pensão e
aposentadoria corresponde a R$ 1.714, o menor valor médio. ü
7% do total de famílias na região metropolitana estão nessa situação.
Há mais famílias
chefiadas por mulheres do que por homens recebendo benefícios de programas
sociais
10,9%
das famílias chefiadas por mulheres na RMSP recebem benefício de programas
sociais, parcela superior à daquela chefiada por homens (7,7%).
Na
capital, a proporção de famílias chefiadas por mulheres que recebem benefícios
de programas sociais é menor que nos demais municípios da RMSP (9% e 14%,
respectivamente).
Entre
as famílias chefiadas por mulheres, as que mais recebem benefícios de programas
sociais são aquelas que vivem sem cônjuge com filhos e/ou netos. Entre as
chefiadas por homens, são casais com filhos e/ou netos.
1,1
milhão de pessoas vivem em famílias chefiadas por mulheres que recebem
benefícios de programas sociais.
Mulheres com filhos
e/ou netos e mulheres vivendo sozinhas: um olhar sobre os dois perfis típicos
de famílias chefiadas por mulheres
Idade
média das mulheres vivendo sozinhas é de 61,4 anos; a das chefes com filhos
e/ou netos corresponde a 54,5 anos.
Mulheres
vivendo sozinhas dependem mais de aposentadorias e pensões do que as chefes com
filhos e/ou netos.
Mulheres com filhos
e/ou netos e mulheres vivendo sozinhas: um olhar sobre os dois perfis típicos
de famílias chefiadas por mulheres
Há
mais mulheres vivendo sozinhas no Centro Ampliado do MSP e mais famílias
chefiadas por mulheres com filhos e/ou netos na região Sul.
Renda
das famílias chefiadas por mulheres com filhos e/ou netos é 47% maior do que a
das mulheres vivendo sozinhas.
Mas a renda per capita das mulheres sozinhas
(R$ 57/dia) é superior à das chefes com filhos e/ou netos (R$ 31/dia).
DESLOCAMENTOS DAS
CHEFES DE FAMÍLIA: DESIGUALDADES NO USO DO TEMPO
Mulheres chefes de
família vão mais ao comércio do dia a dia, a atividades religiosas e a serviços
de saúde do que homens
Homens
chefes mencionam com mais frequência saídas para atividades de lazer e práticas
esportivas.
Com
o aumento da idade, cresce a parcela de homens e mulheres chefes que saem para
buscar serviços de saúde.
No
caso das mulheres, também aumenta a proporção daquelas que vão a atividades
religiosas.
Em
famílias chefiadas por mulheres com filhos menores de 18 anos, o deslocamento
para levar ou buscar pessoas na escola ou no trabalho é lembrado por 14% delas,
o dobro do percentual de homens chefes.
Posição na família x
sexo: há diferenças de gênero no padrão de deslocamento*?
Mulheres
chefes de família se deslocam com menos frequência para visitas, lazer e
práticas esportivas do que os homens chefes e as cônjuges mulheres, indício de
sobrecarga de outras atividades.
Proporção
de mulheres chefes que se deslocam para levar outras pessoas ao trabalho/escola
é superior à de chefes homens e similar à de mulheres cônjuges, possivelmente
pela maior responsabilidade das mulheres no cuidado da família.
Chefes
de família e mulheres cônjuges se deslocam com mais frequência para atividades
religiosas do que os homens chefes.
19% das mulheres chefes
de família não saem de casa, exceto para estudar ou trabalhar
Mulheres
chefes saem mais de casa no dia a dia e/ou nos finais de semana do que os
homens chefes: 19% delas afirmam que não costumam sair, proporção que chega a
22% entre eles.
Motivos
para não sair são distintos:
•
falta de dinheiro é a justificativa dada por 27% das mulheres chefes, parcela
superior à de homens chefes;
•
entre os homens chefes, quase 60% afirmam não sair por preferir ficar em casa,
razão dada por 43% das mulheres chefes.
Definições
metodológicas
Conceito
de renda domiciliar: rendimentos de todos os trabalhos atuais e passados das
pessoas de 14 anos e mais (segurodesemprego, PIS, verbas rescisórias,
aposentadorias, pensões e outros auxílios da previdência, pensões alimentícias,
aluguéis e aplicações financeiras, bolsas de estudo, doações monetárias)
agregados aos benefícios de programas governamentais (Bolsa Família, BPC e
outros programas de transferência de renda).
Deslocamentos:
o questionário contém a lista de destinos abaixo, podendo o entrevistado citar
todos que se adequam ao seu perfil.
•
Serviços de saúde – ir ao médico, dentista, exames, hospitais, clínicas, postos
de saúde, etc.
•
Comércio do dia a dia – padaria, açougue, mercado, quitanda, varejão,
mercearia, farmácia, feira, etc.
•
Outras compras – roupas, calçados, supermercados, hipermercados, etc.
•
Atividades religiosas – Igreja, culto, entidades religiosas, etc.
•
Levar ou buscar pessoas na escola ou no trabalho.
• Cursos (exceto escolas de ensino formal).
• Cursos (exceto escolas de ensino formal).
•
Visitar parentes, amigos, conhecidos, namorados.
•
Lazer – passear, bares, ir ao shopping center, etc.
•
Cultura – cinema, teatro, biblioteca, shows, etc.
•
Praticar atividade esportiva – academia, clubes esportivos, fazer caminhada, ir
a parques, jogar futebol, etc.
•
Locais de serviços – banco, lotérica, etc.
•
Outros locais.
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