segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Kronstadt e os Anarquistas Espanhóis (CNT), por José Peirats

Kronstadt e os anarquistas espanhóis (CNT)
José Peirats

Socialismo ou ditadura

Em Berlim, [Ángel] Pestaña, que havia saído de Barcelona em março de 1920, teve notícias do II Congresso da Terceira Internacional, convocado para julho daquele mesmo ano. Logo após ter obtido a designação de delegado da CNT, pôde entrar na Rússia em 26 de julho. Em Moscou, foi convidado para as reuniões preliminares do congresso, celebradas pelo Comitê Executivo da Internacional Comunista. Nelas seriam planejadas uma nova Internacional sindical revolucionária. Porém, nas declarações inicialmente esboçadas, havia um exaltado panegírico da ditadura do proletariado. As organizações sindicais de caráter apolítico eram atacadas desapiedadamente. Pestaña se negou a assinar todo o documento a este respeito, não abrindo mão da seguinte ressalva: “Tudo o que se refere à conquista do poder político, à ditadura do proletariado (...) será decidido em acordos posteriores definidos pela CNT, tão logo eu regresse à Espanha e o Comitê Confederal tome conhecimento do que aqui foi acordado”.

Pestaña afirmou que os comunistas se dispuseram, inclusive, a emendar a redação do documento, no que se referia à ditadura do proletariado. Entretanto, nem mal se ausentou o delegado espanhol, para que se dessem publicidade ao texto original com a assinatura de Pestaña.

Sobre o desenvolvimento do congresso propriamente dito, Pestaña relata que lhe chamou sobremaneira à atenção a disputa que se produziu pela ocupação da presidência. Mas logo se daria conta de que a presidência era o próprio Congresso, e esse sua caricatura. A presidência elaborava o regulamento, presidia o congresso, modificada à sua maneira as proposições, alterava a ordem do dia e apresentava proposições de iniciativa própria. A forma com que manejava a guilhotina era um primor. Por exemplo: Zinoviev pronunciou um discurso de uma hora e meia, apesar do tempo reservado para as intervenções estivesse estipulado em 10 minutos. Pestaña se propôs a rebater este discurso, mas foi interrompido pela presidência, relógio na mão. O próprio Pestaña foi rebatido por Trotski, que discursou por longos 45 minutos. Quando Pestaña tentou refutar os ataques que Trotski lhe havia dirigido, a presidência declarou o debate encerrado. Pestaña também protestou contra a forma de seleção dos palestrantes. Teoricamente, cada delegado podia fazer uma proposição, mas cabia à presidência escolher os “mais capacitados”. Outro de seus assombros foi o fato de não se registrarem atas. Tampouco se votava por delegações, senão por delegados. Era previsto o voto proporcional, mas não se aplicava. O Partido Comunista Russo se assegurava assim de uma maioria confortável. Para o cúmulo dos cúmulos, certos acordos não se davam no salão das sessões, mas nos bastidores. Desta maneira, foi aprovado o seguinte: “Nos próximos congressos mundiais da Terceira Internacional, as organizações sindicais nacionais aderentes estarão representadas pelos Delegados do Partido Comunista de seu país respectivo”. Qualquer manifestação de protesto por esse acordo foi simplesmente ignorado.

Pestaña abandonou a Rússia no dia 6 de setembro de 1920, depois de uma breve troca de impressões com Amando Borghi (delegado da União Sindical Italiana), que também regressaria à Itália decepcionado com aquela infortunada experiência. Mas antes de saírem de Moscou, ambos tiveram conhecimento de uma circular referente à organização da Internacional Sindical Vermelha. Se o futuro congresso da Terceira Internacional objetivava assegurar o predomínio dos partidos comunistas acima das organizações sindicais, era de se supor que em uma Internacional Sindical daria rédeas soltas às centrais obreiras submissas. Todo o contrário demonstrava aquele infeliz projeto da Internacional Sindical Vermelha o qual dispunha:

“1) Um comitê especial deverá ser organizado em cada país pelo Partido Comunista. 2) O comitê se encarregará de receber e distribuir a todas as organizações sindicais as circulares e as publicações da Internacional Sindical Vermelha. 3) O Comitê nomeará os redatores dos periódicos profissionais e revolucionários inculcado-lhes os pontos de vista da Internacional contra a Internacional adversária. 4) O Comitê intervirá com artigos próprios de orientação e polêmica. 5) O Comitê trabalhará em estreita relação com o Partido Comunista, ainda que este se constitua em um órgão diferente. 6) O Comitê deverá contribuir para a convocação de conferências em que se discutam questões de organização internacional e deverá escolher os oradores para a propaganda. 7) O Comitê será composto de camaradas preferencialmente comunistas. As eleições serão supervisionadas pelo Partido Comunista. 8) Nos países onde este método não pode ser adotado serão enviados emissários do Partido Comunista a fim de criar uma organização parecida”.

Há quem não consiga compreender que uma organização libertária como a CNT, tão rica em experiências políticas e sociais, pudesse ser seduzida, sequer por um momento, pela ditadura proletária e a Terceira Internacional. Muitos fatos explicam este fenômeno. A Espanha atravessava um período revolucionário. A CNT estava em pleno auge de crescimento e a chegada de militantes novatos suscitava uma ebulição de correntes diversas. O clima de repressão constante fazia com que se cedesse com certa facilidade ao oportunismo, em detrimento do rigor doutrinário. Um fato transcendental dominava tudo: a grande chamada da Revolução Russa e seu terrível impacto no espírito revolucionário espanhol. Todos os partidos e organizações esquerdistas do mundo haviam sofrido influência desse impacto. O Partido Socialista espanhol sofreria sob a forma de duas cisões. Quanto maior era o bloqueio das potências ocidentais sobre a Rússia, tanto maior era o hipnotismo da revolução. Por outra parte, em 1919, ainda não fora produzido a avalanche crítica anticomunista. O livro de Luigi Fabbri, Ditadura e revolução, muito embora escrito em 1919-20, não apareceu em italiano senão em 1921. A edição espanhola desse mesmo livro foi publicada na Argentina em 1923. Um dos primeiros folhetos anticomunista, Soviete ou ditadura?, de Rudolf Rocker, não apareceu em castelhano senão em 1920 (Argonauta, Argentina). Bolchevismo e anarquismo, do mesmo Rocker, foi escrito em 1921 e foi publicado na Argentina no ano seguinte. Até 1923, não havia sido publicado em alemão a obra de Piotr Archinov: História do movimento makhnovista. No mesmo ano, lia-se nos Estados Unidos Minha desilusão na Rússia, de Emma Goldman. O mito bolchevique, de Alexandre Berkman, não se ofereceu ao público senão em 1925.

É, pois, evidente que no congresso de 1919 não se pôde esclarecer aos delegados tão preciosas informações. De todas as maneiras, bem analisado o acordo do congresso de 1919, descobre-se que nunca se optou por uma adesão incondicional. A moção reitera a fidelidade da CNT aos princípios da Primeira Internacional “defendidos por Bakunin”. Em seguida, ressalta o caráter provisório ao acordo de adesão. E, em último lugar, subordina o acordo aos resultados de um congresso a realizar-se na Espanha, que deverá, portanto, assentar as bases da “verdadeira” Internacional dos trabalhadores. Assim, pois, o caráter condicional do acordo não poderia ser mais rigoroso. Entretanto, havia mais: a CNT se restringia ao terreno da realidade revolucionária.

Os mais privilegiados em ordem de informações verídicas foram os anarquistas do círculo de Berlim, que, situados no corredor de ida e volta da Rússia, puderam ir absorvendo os primeiros sinais desesperadores da realidade. O descrédito do mito comunista não começou a produzir-se senão até 1921. Foram motivados pelos escandalosos acontecimentos de Kronstadt (a destruição, pelas tropas de Trotski, daquele reduto anarquista). Alguns anarquistas, que haviam ido à Rússia para contribuir com a reconstrução revolucionária daquele país, já estavam de volta decepcionados, pois haviam sido expulsos pelo novo despotismo. Entre eles, figuravam Alexander Berkman, Emma goldman e Alexander Schapiro. Estes proscritos do paraíso proletário levavam consigo manuscritos de livros e preciosos materiais de informação. Sem hipérbole, seria possível afirmar que, entre os precursores que puseram a nu o mito vermelho, estavam os anarquistas. Esta conduta nunca lhes foi perdoada pelos seus “freres ennemis”. Outros setores ou mesmo personalidades tocados pelo mito não tardaram senão muitos anos em sacudir tão pegajosa influência. Entre os mais vulneráveis, destacavam-se os intelectuais vanguardistas. No que diz respeito ao movimento sindical, Ángel Pestaña e Armando Borghi foram os primeiros arautos no Ocidente daquele dramática chantagem. A mensagem de Pestaña tardou, todavia, a chegar aos sindicatos. Pestaña não retornou a Barcelona senão em 17 de dezembro de 1920, sendo imediatamente detido e encarcerado. Até quase um ano depois, em novembro de 1921, não remeteu seu relatório ao Comitê Nacional da CNT. Em sua passagem pela Itália, também lá fora detido. A polícia desse país havia apreendido de quantos documentos era portador. Ángel Pestaña escreveu depois dois livros sobre a Rússia. O primeiro, Setenta dias na Rússia, publicado em 1924. O que significa dizer que não seria lido pelos trabalhadores confederais senão no início da ditadura de Primo Rivera.

(...)

O Congresso Nacional da CNT de 1919

O congresso a que se refere transcorreu nos seguintes termos:

O congresso Nacional da CNT foi realizado em Madri entre 10 e 18 de dezembro de 1919. Pela extensão e variedade da agenda, pela quantidade e qualidade dos delegados e o número de aderentes representados, foi um dos comícios obreiros mais importantes de todos os tempos celebrados na Espanha. Três problemas capitais foram tratados: a fusão do proletário espanhol (rechaçada por 323.955 votos contra 169.125 e 10.192 abstenções); a nova estrutura orgânica constituída à base de Federações Nacionais de Indústria (rechaçada por 651.472 votos contra 14.008); declaração de princípios do comunismo libertário (adotada unanimemente por aclamação).

No entanto, o debate mais importante girou em torno de qual atitude tomar com relação à Revolução Russa. Várias propostas foram sugeridas: “Quais meios poderemos pôr em prática para prestar apoio à Revolução Russa e evitar o bloqueio (...) por parte dos Estados capitalistas? É necessário o ingresso (...) na terceira Internacional Socialista? Deve a Confederação aderir à Internacional imediatamente? Em qual Internacional deve fazê-lo? Seria conveniente a realização de um Congresso Internacional na Espanha?

Vários ditames foram aprovados, porém cabe assinalar o seguinte:

“A Confederação Nacional do Trabalho se declara firme defensora dos princípios, defendidos por Bakunin, que conceberam a Primeira Internacional. Declara que adere, provisoriamente, à Terceira Internacional, pelo seu caráter revolucionário, até organizar e realizar o Congresso Internacional na Espanha, que irá assentar as bases que hão de reger a verdadeira Internacional dos Trabalhadores".

Este acordo havia coroado um debate de alto nível no qual tomaram parte os delegados mais proeminentes. A discussão envolveu o significado da ditadura do proletariado. Eis aqui um resumo do que foram as intervenções:

Manuel Buenacasa: “...Nós, que somos inimigos do Estado, como o temos demonstrado em algumas moções aprovadas por esse congresso, entendemos que a revolução russa, pelo fato de ser uma revolução que tem transformado todos os valores econômicos ou, melhor dizendo, pelo fato de ser uma revolução que tem dado ao proletariado o poder, os instrumentos de produção e a terra, deve nos interessar nesse aspecto, portanto devemos impedir que essa revolução, que esse governo dos sovietes, fique estrangulado pelos Estados capitalistas...”.

Hilário Arlandis: “...Começamos pela ditadura do proletariado. Muitos companheiros (...) não aceitam a ditadura do proletariado como não aceitam nenhuma classe de ditadura... naturalmente, em princípio, não devemos aceitar nenhuma violência, porque toda violência é ditadura. Mas nós não somos somente idealistas (...) temos de aceitar a violência porque é uma necessidade mesmo da sociedade e das condições em que vivemos... Justifica-se a teoria da ditadura do proletariado, não já como ideal último (...), senão como uma solução intermediária, inevitável, necessária, fatal, em suma, uma medida contraditória para derrocar de uma vez por todas e por completo os poderes dos privilegiados, e, por outra parte, capacitar (...) as massas obreiras, que tem sido durante séculos espoliadas e reduzidas a mais cruel ignorância...”.

Eleuterio Quintanilla: “...Faz-se constituído um governo forte de acordo com o conceito clássico da revolução. Todo movimento, geralmente, deve se coroar de um governo revolucionário que se encarregue do poder e represente os interesses da nova revolução, organize a sociedade, estabeleça a nova ordem de coisas, constitua um novo direito. Esse é o conceito de revolução clássica; esse é o conceito da revolução marxista. Os federalistas bakuninianos internacionalistas dos primeiros tempos, homens que estamos de acordo com o critério e o espírito libertários, sempre combateram, e nós também, no terreno da própria ação de classe, esse conceito, que é considerado por nós autoritário, centralista, castrador... portanto, a ditadura russa responde ao nosso conceito libertário...? Não. A ditadura russa, tal como tem sido exercida, constitui para nós um sério perigo que, se não está ao nosso alcance combater, está, e deve estar, em não aplaudir...”.

Salvador Segui: “...Somos partidários (...) por necessidade da realidade (...) não em teoria, de ingressar na Terceira Internacional (...) porque isto vai endossar nossa conduta no chamamento que a CNT vai fazer às organizações sindicais do mundo, para construir a verdadeira, a única, a genuína Internacional dos trabalhadores... sustentamos que há necessidade de incorporarmos na Terceira Internacional circunstancialmente, e que logo a Confederação espanhola deverá convocar todas as organizações sindicais do mundo para organizar definitivamente a verdadeira Internacional dos Trabalhadores...”.

(...)

A formação do Partido Comunista Espanhol e a recusa da CNT

O comitê nacional da CNT estava nas mãos de elementos inexperientes ou atacados pela epidemia comunista. Andrés Nin, um jovem oriundo do Partido Socialista, recém-chegado à CNT, fazia as funções de secretário-geral. Ainda não se conhecia, todavia, as informações de Pestaña sobre a Rússia. Tais informações, repetimos, não seriam escritas senão em novembro daquele mesmo ano. A plenária foi celebrada na segunda quinzena de abril. Havia de se decidir sobre a convocatória de um novo congresso na Rússia (o da Internacional Sindical Vermelha), marcado para junho. Foi nomeada uma delegação, composta por quatro comunistas: o mesmo Andrés Nin, Hilário Arlandis, Joaquim Maurín e Jesus Ibáñez, este último militante do Norte. Os grupos anarquistas de Barcelona, talvez alertados pelo que ocorria na Rússia, usaram do direito de agregar à comissão um delegado próprio. Assim sendo, foi designado Gaston Leval. A delegação se dividiu abertamente ao chegar a Moscou. Gaston Leval se manteve separado dos quatro incondicionais comunistas. Um dos méritos desta delegação foi ter intervido, à iniciativa de Alexander Berkman e Emma Goldman, na greve de fome declarada pelos anarquistas e socialistas revolucionários presos no cárcere de Moscou. O documento que estabelece a negociação entre os grevistas e a toda poderosa Tcheca, leva a assinatura de Hilário Arlandis e Gaston Leval.

Quase na mesma ocasião que a CNT, o Partido Socialista havia celebrado seu XII Congresso no dia 9 de setembro de 1919. Este congresso extraordinário havia sido motivado por uma crise da comissão executiva. Nesse congresso, a tendência chamada “terceiristas” (partidária pelo ingresso na Terceira Internacional) havia sido batida por escasso número de votos. No ano seguinte, houve uma cisão das juventudes Socialistas. Ángel Pestaña escreveria a seguinte anotação: “Antes de minha saída da Espanha (março de 1920), não existia o Partido Comunista. Estando eu em Paris, soube que a Juventude Socialista havia se separado do Partido Socialista e constituído o Comunista. Imprensa partidária: começaram a publicar O Comunista”.

Em junho de 1920, reuniu-se um novo congresso do Partido Socialista. Desta vez, os “terceiristas” bateram seus adversários, também por ligeira diferença de votos. A adesão à Terceira Internacional também estava condicionada a uma viagem de reconhecimento que fariam à Rússia os delegados representantes das diversas tendências. Os delegados foram Daniel Arguiano e Fernando de los Rios. O primeiro regressou como havia partido: firme de suas convicções comunistas. Fernando de los Rios pesaria muito na retificação do acordo. Segundo Andrés Saborit, “as conversações de Fernando de los Rios com o patriarca do anarquismo, Piotr Kropotkin, foram determinantes para convencê-lo de que, se bem havia sido destronado o odioso czarismo, estava surgindo na Rússia uma nova tirania de tipo pessoal, o que fez com que suas decisões foram absolutamente contrárias ao ingresso na Terceira Internacional".

Um novo congresso do Partido Socialista (9 de Abril) derrotou definitivamente os “terceiristas” por uma margem confortável de votos. Mais terminada a votação, a minoria derrotada se apressou a fazer público um manifesto (13 de Abril) encabeçado por quem se tornaria o primeiro secretário do Partido Comunista espanhol: Oscar Pérez Solís. Era um sinal da cisão do Partido Socialista que daria nascimento ao Partido Comunista.

Segundo Pierre Brué e Émile Términe: “Três correntes haviam se encontrado para fundar o movimento comunista na Espanha: as Juventudes Socialistas no princípio, com Andrade e Portela; depois a minoria socialista, com Pérez Solís, García Quejido, Anguiano e Lamoneda, e o grupo de dirigentes da CNT que animavam Andrés Nin e Joaquín Maurín".

A CNT necessitava a todo transe realizar um congresso para revisar seus acordos à luz dos últimos acontecimentos. Somente mediante um estratagema, e também à força do proletariado saragociano, foi reunida uma modesta conferência. Este comício teve lugar em Saragoça no mês de julho de 1922. Uma das principais tarefas foi confrontar as medidas tomadas pelos delegados enviados para a Rússia. Os relatórios eram três: o de Ángel Pestaña; um outro escrito por Gastón Leval e o que fez pessoalmente Hilário Arlandis. Este foi demitido e a Conferência voltou uma moção de censura contra o despotismo bolchevique.

Também foi adotada uma proposição pela qual ficava retirada a adesão da CNT à Terceira Internacional em favor do ingresso na Associação Internacional dos Trabalhadores, reorganizada recentemente em Berlim.

PEIRATS, José. Repressión y Martirologio, in: Los anarquistas: en la crisis política española (1869-1939). Libros de Anarres (Utopia Libertaria): Buenos Aires, 2006, pp. 33-45. Os subtítulos não constam no original, as notas também foram suprimidas e a ordem do texto foi alterada para atender os fins desta postagem – N.T.

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